Japão declara “guerra” às disquetes. Mas não é a única tecnologia que quer eliminar

O ministro do Digital do Japão, Taro Kono, declarou recentemente uma “guerra” às disquetes, ainda utilizadas em 1900 organismos governamentais, num país conhecido pela inovação.

No Twitter, Kono disse que além das disquetes, esses organismos usam tecnologias como o CD e o MiniDisc. De acordo com o responsável, o objetivo de erradicar por completo as disquetes é modernizar a apresentação de candidaturas e formulários no país, medida que disse ter o apoio do primeiro-ministro, Fumio Kishida.

No passado, o alvo do responsável pela pasta do Digital eram os faxes e os carimbos esculpidos à mão. “Estou a tentar livrar-me do fax e ainda tenciono fazê-lo”, indicou.

Segundo o Gizmodo, o Japão pode ter que abandonar as disquetes por um motivo prático: a Sony, um dos seus principais fabricantes, deixou de as produzir há 11 anos. Desde então, a maior parte das organizações passou a usar alternativas mais avançadas, como a pen e o serviço de armazenamento na ‘cloud’.

Em novembro de 2021, as autoridades de Tóquio começaram a eliminar gradualmente as disquetes em favor dos sistemas digitais. Dois anos antes, o Banco Mizuho informou que cobraria aos clientes uma taxa mensal de 50.000 ienes se continuassem o dispositivo.

Em 2019, o principal sistema de armazenamento de dados do Sistema Estratégico de Comando e Controlo Automatizado (SACCS), que coordena as operações dos mísseis e bombardeiros nucleares dos Estados Unidos (EUA), eliminou o uso de disquetes, após cinco décadas de utilização.

O antiquado sistema de disquetes, executado num computador IBM Series/1 de 1970, tinhas as suas vantagens, notou o Verge. Uma delas era o facto de ser totalmente offline, evitando assim ataques. No entanto, era cada vez mais difícil de manter, visto que não era possível trocar os componentes quando esses partiam.

O Gizmodo referiu ainda que o uso de disquetes é cada vez mais impraticável devido ao formato dos ficheiros atuais, significativamente maiores do que os dos anos 80, quando a tecnologia estava no seu auge.

Em março, tendo por base uma primeira lista elaborada pelo Pocket-lint, o ZAP estabeleceu os 50 equipamentos que confundem os mais jovens. A disquete faz parte da lista, onde constam ainda o bip/pager, as cassetes de áudio e de vídeo, a máquina de escrever e a Mega Drive.

Taísa Pagno , ZAP //

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