Um homem sofreu ferimentos na passada segunda-feira ao cair na obra “Descida para o Limbo”, de Anish Kappor, exposta em Serralves, no Porto, e encontra-se ainda internado no Hospital de Santo António, revelou fonte da Fundação de Serralves.
Serralves está a acompanhar a situação clínica do visitante italiano, com cerca de 60 anos, que sofreu ferimentos quando caiu naquela escultura, que inclui um fosso com “cerca de 2,5 metros de profundidade”, que, devido aos danos, “está já a ser intervencionada e será reaberta ao público”.
Fonte de Serralves referiu que “foram cumpridas todas as medidas de segurança de protocolo”, designadamente a assinatura de um termo de responsabilidade e o acompanhamento de um assistente de sala na visita à obra.
A direção de Serralves decidiu, contudo, reforçar essas medidas de segurança “para diminuir riscos”, aumentando e reforçando “a dimensão da sinalização visual” colocada no local. A zona onde se encontra a obra Descent into Limbo está isolada e será reaberta assim que a intervenção na obra estiver concluída.
Esta obra é a mais antiga da mostra “Anish Kapoor: Obras, Pensamentos, Experiências”, que conta com quatro grandes trabalhos do escultor e a nunca antes exposta Language of Birds.
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A primeira mostra individual em Portugal da obra de Anish Kapoor, um dos mais importantes escultores contemporâneos, inclui quatro peças distribuídas pelo Parque de Serralves, acompanhadas por uma escultura no museu e 56 maquetas concebidas pelo artista ao longo dos últimos 40 anos, estando patente até 6 de janeiro de 2019.
Descent into Limbo (“Descida para o limbo”) é a escultura mais antiga patente na exposição e cujo título se inspira numa obra homónima do pintor renascentista Andrea Mantegna, que surge do interesse do artista “pelo jogo formal e metafórico entre luz e escuridão, interior e exterior, o contido e o infinito”, de acordo com a Fundação de Serralves.
Anish Kapoor nasceu em Mumbai, na Índia, em 1954, e na década de 1990 alcançou reconhecimento internacional como membro da geração de novos escultores britânicos, tendo desde então desenvolvido uma vasta obra, como por exemplo Cloud Gate (2004), Marcyas (2002), Leviathan (2011), e Orbit (2012).
As suas obras já lhe valeram inúmeros reconhecimentos como o prémio Duemila, em 1990, o prémio Turner, em 1991, e o Padma Bhushan, em 2012.
Duas das caraterísticas do trabalho do escultor são a grande dimensão que têm as suas obras, que para o artista são “parte da linguagem da escultura” e que considera “essencial” para “envolver fisicamente o espetador”, e a experimentação de novas possibilidades.
ZAP // Lusa