As eleições em Israel desta terça-feira estão a ser encaradas como uma luta entre o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e Benny Gantz, um antigo chefe do Exército que fundou um partido há poucos meses.
Apesar de haver muitos partidos, vários candidatos e tendências políticas muito diferentes, as eleições em Israel estão a ser vistas como uma corrida entre Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro que venceu três eleições consecutivas e está no Governo há dez anos seguidos, e Benny Gantz, um antigo chefe do Exército que fundou um partido há poucos meses.
Se for novamente eleito esta terça-feira, Netanyahu ficará na História como o primeiro-ministro que mais tempo ficou no cargo. Mas, pelo contrário, poderá também ficar na História como o primeiro chefe de Governo a ser acusado enquanto está em funções.
Segundo o Público, o procurador-geral já disse que está a preparar a acusação e que está apenas dependente de ouvir o primeiro-ministro, um mero procedimento formal.
Benjamin Netanyahu é suspeito em três casos: o possível favorecimento de um grupo de telecomunicações detentor de um site que lhe terá dado cobertura noticiosa positiva; suspeito de ter prejudicado a concorrência de um jornal que lhe deu cobertura noticiosa favorável, e ainda de ter aceite presentes de empresários em troca de favores políticos.
Contudo, o quadro legal de Israel permite que, mesmo acusado, se possa manter no cargo enquanto se defende em tribunal. O que é certo é que nem as acusações fizeram com que o povo israelita perdesse a confiança em Netanyahu.
Ainda assim, o primeiro-ministro está tão e há tanto tempo presente na política do país que há também quem já esteja cansado. Aliás, o modo como desacreditou jornalistas e organizações não-governamentais que criticam a política do Governo valeu-lhe o epíteto de arrogante.
Sem qualquer experiência política, o novato Benny Gantz traz a imagem de segurança e, sobretudo, de alguém que não é corruptível, uma vez que os chefes militares são vistos em Israel como pessoas de valores morais sólidos.
Todavia, Netanyahu espera esta terça-feira ser eleito para um quinto mandato, na sequência das eleições que decorrem hoje e servirão para eleger o 21º Knesset (Parlamento) do país. Além de Netanyahu, concorrem ao cargo mais 12 candidatos.
As primeiras projeções deverão ser apenas conhecidas perto das 22h e os primeiros resultados oficiais só começam a ser divulgados no início de quarta-feira. No entanto, o resultado final poderá só ser conhecido dentro de alguns dias.
Netanyahu, do Likud (centro-direita), é o favorito à vitória, apesar de a lista de Gantz se encontrar bem posicionada. A campanha eleitoral foi caracterizada por frequentes acusações entre os dois principais candidatos.