Proposta inclui a libertação de todos os reféns vivos e a devolução dos corpos dos mortos. Israel calcula que cerca de 136 reféns israelitas — incluindo cerca de 25 mortos — ainda se encontra retidos na Faixa de Gaza.
Israel fez uma proposta de trégua de dois meses na guerra em troca da libertação dos reféns que o Hamas ainda mantém na Faixa de Gaza, informou esta segunda-feira o jornal israelita Walla, citando dois altos funcionários israelitas.
Segundo o Walla, com acesso a fontes de alto nível entre as autoridades israelitas, o governo de Benjamin Netanyahu enviou ao Egito e ao Qatar, os principais mediadores no conflito com o Hamas, uma proposta de cessar-fogo de dois meses no enclave em troca da libertação dos reféns.
De acordo com a EFE, com base nas informações do jornal israelita, a proposta incluiria também uma troca por prisioneiros palestinianos que seriam libertados.
Israel calcula que cerca de 136 reféns israelitas — incluindo cerca de 25 mortos — ainda se encontra retidos na Faixa de Gaza e, nos últimos dias, as famílias intensificaram os protestos junto de Netanyahu para que este chegue a um acordo e tome medidas para a sua libertação, tendo inclusive montado na noite de sábado um acampamento de protesto junto de uma residência do primeiro-ministro israelita.
Nas últimas semanas, aumentou a desconfiança em relação ao Governo e à sua promessa de libertação dos reféns como prioridade, o que é encarado com cada vez mais ceticismo, à medida que o grupo palestiniano Hamas anuncia a morte de mais reféns em Gaza e Netanyahu afirma que só a pressão militar pode levar à sua libertação.
O primeiro-ministro mostrou-se relutante em chegar a um acordo com o Hamas e defendeu a pressão militar como forma de garantir a sua libertação.
Contudo, a proposta de Israel não aceita a exigência do grupo islamita de cessar completamente a sua ofensiva militar, iniciada em resposta ao ataque de 7 de outubro do Hamas.
No final de novembro do ano passado, durante uma semana de tréguas, foram libertados 105 prisioneiros, num acordo de tréguas que incluía também a libertação de 240 prisioneiros palestinianos.
A nova proposta de Israel incluiria a libertação de todos os reféns vivos e a devolução dos corpos dos mortos, e seria dividida em fases que poderiam durar até dois meses.
Uma primeira fase incluiria a libertação de mulheres cativas, homens com mais de 60 anos e reféns em estado grave de saúde. A fase seguinte incluiria a libertação de pessoas com menos de 60 anos, soldados e reservistas, e a devolução dos corpos das dezenas de mortos ainda detidos na Faixa de Gaza.
O jornal Walla refere ainda que Israel e o Hamas deverão chegar a acordo prévio sobre o número de prisioneiros palestinianos a libertar em troca da libertação de cada cativo, além de uma possível retirada faseada do exército de partes de Gaza.
Por sua vez, à medida que o acordo for implementado, permitirá o regresso gradual dos palestinianos deslocados internamente à cidade de Gaza e ao norte da Faixa.
Israel ainda aguarda uma resposta do Hamas à proposta, embora as fontes citadas indiquem que há “algum otimismo” de que seja possível avançar neste quadro.
Cerca de 250 pessoas foram feitas reféns durante o ataque do Hamas a Israel.
ZAP // Lusa