Israel congelou “diplomacia da vacina”. EUA estão “várias semanas à frente” do previsto

D. Myles Cullen / CJCS

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu

Israel congelou a distribuição dos excedentes das vacinas a Estados aliados, anunciou o Ministério da Justiça israelita esta quinta-feira, enfatizando que as autoridades competentes deveriam examinar se tal medida faz parte das prerrogativas do primeiro-ministro.

Na terça-feira, o chefe do Executivo, Benjamim Netanyahu, anunciou o envio de uma “quantidade limitada” de vacinas não utilizadas para os palestinianos e também a outros países, como a República Checa e as Honduras, que anunciaram o reforço da presença diplomática em Jerusalém.

Agora, o Ministério da Justiça referiu que, atendendo a pedidos da população, o Procurador-Geral está a verificar se as vacinas foram enviadas para o exterior do país sem a autorização necessária.

Num comunicado, o ministério adiantou que o conselheiro de Segurança Nacional, Meir Ben-Shabbat, informou o Procurador-Geral de ter sido dada uma ordem para o “congelamento” de todas as atividades relacionadas com esta questão e pediu-lhe aconselhamento jurídico.

Um funcionário do gabinete do primeiro-ministro confirmou que Netanyahu tem conhecimento do pedido de Ben-Shabbat, salientando, contudo, não existir nenhuma falta de doses de vacinas para os israelitas e que a quantidade definida para as doar a países estrangeiros é “simbólica e dá uma boa imagem de Israel no mundo”.

Na quinta-feira, o ministro da Defesa, Benny Gantz, já tinha criticado a decisão do líder do Governo e exigiu a imediata suspensão do processo, denunciando que este “nunca foi abordado” nos órgãos governamentais “relevantes”.

Gantz salientou que as doses são um “ativo nacional” e que o facto de Netanyahu ter tomado a decisão de doar parte do lote acumulado a outros Estados é prejudicial, já que “a maioria da população em Israel ainda não recebeu a segunda vacina”.

EUA “várias semanas à frente” do previsto na vacinação

Esta quinta-feira, nos Estados Unidos, o Presidente Joe Biden, que prometeu 100 milhões de vacinas administradas nos primeiros 100 dias do mandato, garantiu que o país está “várias semanas à frente” do previsto no que diz respeito à vacinação.

“Estou aqui hoje para dizer que estamos a meio do caminho, com 50 milhões de doses em apenas 37 dias, desde que me tornei Presidente”, disse o democrata, durante um discurso que foi transmitido no Twitter a propósito deste “marco histórico”.

O Presidente acrescentou que o país está “várias semanas à frente do planeado, apesar dos contratempos” provocados pelas tempestades de inverno, que afetaram várias regiões do país.

Estamos a caminhar na direção correta, apesar da bagunça que herdámos da administração anterior, que nos deixou sem um plano real para vacinar todos os norte-americanos”, atirou Biden.

O chefe de Estado norte-americano referiu também que, cada vez que sejam administradas 50 milhões de vacinas no país, vai “utilizar esse marco histórico para reportar à população” os avanços no campanha de vacinação e no combate à pandemia.

“A história desta campanha de vacinação é como a história de tudo o que de difícil e novo os Estados Unidos fazem”, prosseguiu.

O Presidente alertou ainda para o que considerou ser um problema futuro: a vacinação de pessoas céticas em relação à eficácia e aos benefícios das vacinas contra o SARS-CoV-2. Por isso, as autoridades norte-americanas vão iniciar uma campanha de educação e sensibilização para aumentar a confiança dos norte-americanos.

Recusar vacina dá multa em alguns países

Ao contrário de Portugal, onde a vacinação contra a covid-19 não é obrigatória, muitos países estão a optar por uma abordagem menos liberal, com multas e várias restrições, avança o jornal online ECO.

Na Indonésia, por exemplo, recusar ser vacinado dá uma multa de cinco milhões de rupias (cerca de 290 euros), o correspondente a mais de um mês de salário mínimo neste país asiático.

Em Israel, como já tinha sido noticiado, os cidadãos vacinados terão um “passaporte verde” que lhes irá permitir entrar em todo o lado, continuando a haver restrições para quem não foi inoculado.

No Brasil, os cidadãos não serão obrigados a tomar a vacina, mas os estados poderão aplicar as sanções que quiserem, tal como banir o acesso a determinados espaços públicos. Os empregadores também poderão despedir, com justa causa, os colaboradores que recusem ser vacinados.

Aqui ao lado, mais concretamente na Galiza, soube-se, esta quinta-feira, que a nova Lei de Saúde Pública não implica a obrigação de vacinação, mas dá ao Governo galego os mecanismos necessários para estabelecer essa obrigação, caso a situação epidemiológica o exija e um regime sancionatório que implica multas até 600 mil euros para quem não cumprir as medidas de saúde.

ZAP // Lusa

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