Ataque e perseguição ao Hezbollah atingiu depósitos de armas. Pelo menos 36 soldados sírios e seis membros do grupo terrorista morreram. Foram os ataques mais intensos em território sírio nos últimos três anos.
Pelo menos 42 soldados das forças governamentais sírias e membros do grupo xiita libanês Hezbollah morreram nesta sexta-feira numa série de bombardeamentos perpetrados por Israel contra várias posições na província de Aleppo, no norte da Síria, informou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
A OSDH disse em comunicado que 36 soldados sírios e seis combatentes do Hezbollah foram mortos nos ataques, que visaram um depósito de mísseis do grupo xiita perto do aeroporto internacional de Aleppo, bem como outras instalações em Damasco.
Segundo o Observatório, este é o ataque israelita que deixou mais mortos em solo sírio nos últimos três anos.
Por sua vez, uma fonte militar disse à agência de notícias oficial síria Sana que o ataque ocorreu por volta das 1h45 (hora local), quando “o inimigo israelita lançou um ataque aéreo de Athriya, sudeste de Aleppo” que causou a morte de um número indeterminado de “civis e militares”.
Este ataque ocorre um dia após Israel ter atacado os arredores de Damasco e ferido pelo menos dois civis, segundo o Ministério da Defesa sírio.,O OSDH afirmou então que o alvo eram armazéns de armas do Hezbollah, que Israel tem confrontado na fronteira com o Líbano desde outubro do ano passado e contra os quais tem realizado ataques paralelos em território sírio.
“Agressão terrorista” intensificou após 7 de outubro
Após as operações, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Síria qualificou de “agressão terrorista” os bombardeamentos israelitas.
“A República Árabe Síria condena a agressão terrorista lançada hoje ao amanhecer pela entidade de ocupação israelita contra vários pontos de Aleppo, que causou a morte e ferimentos de vários civis e soldados, além de perdas materiais”, disse o ministério sírio num comunicado.
Embora já tenham ocorrido com relativa frequência antes, Israel intensificou as suas ações contra a Síria desde o início da guerra de Gaza, em 7 de outubro de 2023, e muitas vezes tem como alvo milícias pró-Irão presentes no país como aliadas do governo sírio.
Até agora, este ano, o Estado judaico atacou o território sírio 28 vezes, a maioria delas por via aérea, segundo o Observatório.
Tanto o Hezbollah como outros grupos armados apoiados pelo Irão estão presentes no território sírio e são aliados do Governo do Presidente sírio, Bashar al-Assad, considerando Israel a sua permanência nesse país vizinho uma ameaça para a segurança israelita.
O movimento xiita já está envolvido em intensos ataques transfronteiriços com Israel a partir do sul do Líbano.
Israel ataca o território sírio com relativa frequência, a maioria das vezes com mísseis disparados do ar, tendo como alvo o Hezbollah e outras milícias pró-iranianas.
O chefe da Comissão de Inquérito da ONU sobre a Síria afirmou, em meados de outubro do ano passado, que os combates no país atingiram o pior ponto nos últimos quatro anos, com consequências devastadoras para os civis.
“Estamos a assistir à maior escalada de hostilidades na Síria em quatro anos“, disse Paulo Pinheiro na Assembleia Geral da ONU.
ZAP // DW
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