Israel antevê última guerra em Gaza e o fim do Hamas

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Hannibal Hanschke / EPA

O ministro da Defesa israelita anteviu, este domingo, uma última guerra em Gaza e o fim do Hamas. A Organização das Nações Unidas (ONU) voltou a alertar que muitos hospitais em Gaza estão à beira do colapso.

O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, disse que a guerra na Faixa de Gaza deverá ser “a última” neste território palestiniano, porque depois “não haverá mais Hamas”.

“Esta deve ser a última guerra em Gaza. Pela simples razão de que não haverá mais Hamas“, disse Gallant, dirigindo-se a soldados israelitas numa base da Força Aérea em Telavive, de acordo com um comunicado do seu Ministério.

“Levará um mês, dois meses, três meses e no final não haverá mais Hamas. Antes que o Hamas encontre os nossos blindados e a nossa infantaria, experimentará as bombas da Força Aérea. E, na minha opinião, vocês sabem como fazer isso de maneira letal, precisa e qualitativa, como provaram até agora”, declarou.

Hospitais à beira do colapso

A ONU alertou, esta segunda-feira, que o principal centro hospitalar de Gaza, o Hospital Shifa, está “à beira do colapso”, assim como outras estruturas de saúde, devido à falta de eletricidade, medicamentos, equipamentos e pessoal.

O The Guardian conta que há médicos a operar com agulhas de costura, sem anestesia e com vinagre a fazer de desinfetante.

De acordo com o relatório diário do escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, o Hospital Shifa trata atualmente cerca de 5.000 pacientes, quando a sua capacidade é de 700, aos quais se somam 45.000 pessoas deslocadas internamente abrigadas nas instalações.

“Um grande número de pacientes é tratado no terreno, pois não há camas suficientes”, é referido no relatório, no qual é lembrado que os 17 hospitais existentes no norte da Faixa de Gaza, zona que Israel ordenou evacuar, continuam a funcionar devido ao risco que muitos pacientes correriam se fossem transferidos.

As Nações Unidas recordam ainda que 16 profissionais de saúde morreram nas hostilidades, além de 29 funcionários da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), o principal organismo de ajuda humanitária que ainda pode trabalhar em Gaza.

Esta agência alertou no domingo que só lhe resta combustível para os próximos três dias, necessário para abastecer, por exemplo, hospitais ou centrais de dessalinização de água.

Israel intensifica bombardeamentos

A agência de coordenação indica que nas últimas 24 horas, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, morreram cerca de 266 palestinianos, elevando o número total de vítimas mortais na Faixa para 4.651 (1.873 crianças e 1.023 mulheres), enquanto os feridos ascendem a 14.245.

A isto somam-se as 91 mortes e 1.734 feridos devido a confrontos entre palestinianos e forças israelitas ou colonos na Cisjordânia, enquanto o número de mortos em Israel situa-se nos 1.400, quase todos vítimas dos ataques do Hamas, a 7 de outubro, no sul de Israel.

A mais importante movimento islamita da Palestina lançou milhares de foguetes e  levou à incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impondo um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

EUA deixam alerta

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, avisou este domingo que Washington “não hesitará em agir” militarmente contra qualquer organização ou país que se sentisse tentado a expandir o conflito no Médio Oriente entre Israel e o Hamas.

Poucas horas depois de o Pentágono ter anunciado o reforço da sua presença militar na região face às “recentes escaladas do Irão e das suas forças afiliadas”, Austin deixou uma mensagem na ABC News “àqueles que procurem alargar o conflito”.

“O nosso conselho é: ‘Não façam isso’. Preservamos o nosso direito de nos defendermos e não hesitaremos em agir em conformidade”, declarou.

Os Estados Unidos anunciaram no sábado à noite um reforço militar no Médio Oriente em resposta às “recentes escaladas do Irão e das suas filiais” na região.

Um sistema de defesa antimíssil de alta altitude e várias baterias de mísseis terra-ar Patriot serão instalados “em toda a região”, e mais meios militares foram colocados em estado de “pré-implantação”, anunciou Lloyd Austin em comunicado.

ZAP // Lusa

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