“Uma não medida”. Isenção de IRS proposta pelo PS para trabalhadores-estudantes só beneficia menores

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liquene / Flickr

A proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2020 apresentada pelo PS, e aprovada no Parlamento, para a isenção de IRS para os trabalhadores-estudantes está limitada aos menores de 18 anos, segundo a análise de especialistas. O Governo não revelou a quantas pessoas é que a medida pode ser aplicada.

As simulações feitas pela consultora Deloitte para o Jornal de Negócios apontam que “é preciso ter menos de 18 anos e rendimentos mensais superiores ao salário mínimo” para poder beneficiar da isenção de IRS aprovada em sede do Orçamento do Estado para 2020 (OE2020).

Isto porque a proposta determina que ficam “excluídos de tributação, até ao limite anual global de 5xIAS [Indexante dos Apoios Sociais), os rendimentos da categoria A provenientes de contrato de trabalho e os rendimentos de categoria B provenientes de contrato de prestação de serviços, incluindo actos isolados, por estudante considerado dependente”.

No Código de IRS, está definido que um estudante é dependente quando tem menos de 18 anos, ou quando tem entre 18 e 25 anos se o rendimento bruto anual que auferir for inferior a 8890 euros, ou seja, o equivalente a ganhar o salário mínimo nacional. O mesmo Código refere-se ao “mínimo de existência”, no número 4 do artigo 70, apontando que nenhum contribuinte com rendimentos do trabalho pode ficar com um rendimento líquido inferior ao salário mínimo após o pagamento dos impostos.

“Juntando estes dois dados, ficamos com um universo de beneficiários desta medida muito limitado. Aliás, para maiores de 18 esta é uma não medida“, como explica Luís Leon, da Deloitte,  ao Correio da Manhã.

“Colocar esta questão no âmbito do código de IRS não faz sentido nenhum. Estamos a excluir imposto onde já não havia“, acrescenta Leon, frisando que a medida faria mais sentido no âmbito da Segurança Social.

“Temos aqui um conjunto vazio. Para os maiores que tenham menos de 25 anos, a medida não tem impacto”, acrescenta Luís Leon no Jornal de Negócios.

ZAP //

4 Comments

  1. Pois, este governo vai ficar conhecido como O Governo Ilusionista!
    Dá a ilusão de dar, sem dar coisa alguma.
    Querem um exemplo: vejam a anedota das medidas de apoio ao interior… depois de espremido, fica uma mão cheia de nada (pelo menos para as pessoas do interior).
    Querem fazer alguma coisa pelo interior? Ok, é muitíssimo simples e medidas verdadeiramente importantes identificam-se num segundo, de tão óbvias que são. Aqui vão 2 exemplos:
    – Eliminar portagens nas vias do interior (até para de algum modo compensar os transportes públicos altamente subsidiados no Porto e em Lisboa – subsídio esse que é pago com o dinheiro de todos os portugueses, mesmo daqueles que vivem no interior).
    – Repor a taxa de IRC aos níveis do que estava há uns anos. Relativamente a esta medida, ainda há dias foi noticiado que tal medida foi altamente vantajosa entre os anos de 1997 e 2011, quando o IRC chegou a ser de 10%. https://expresso.pt/sociedade/2020-02-05-Estudo-reducao-do-IRC-no-interior-faz-aumentar-criacao-de-empresas
    Simples!
    São medidas que não necessitam de um manual de instruções, sem alíneas, excepções, requisitos. Isto é, são medidas que pretendem ser verdadeiramente implementadas e pretendem ter verdadeiramente impacto positivo. Mas lá está, isso não é ilusionismo…!

    • Ah, ah!
      Este Costa é de facto um grande ilusionista.
      Por alguma razão consegue ter a carga fiscal mais alta e ter a generalidade de um país a achar que paga menos impostos. Que grande paradoxo, ir aos nosso bolsos tirar mais dinheiro e as pessoas ficarem a pensar que os bolsos ficaram mais cheiros!

  2. Hahahaha, mais uma proposta para os idiotas que votaram neste indiano aldrabão…. gostava de saber quantos é que vão aproveitar ou conseguir este benefício…
    Vai povo vota PS e ve o futebol…

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