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Isabel dos Santos entrega BPI aos espanhóis

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Manuel Araújo / Lusa

Isabel dos Santos

O BPI anunciou na noite deste domingo um acordo entre a o CaixaBank e a Santoro Finance. Isabel dos Santos reduz a sua participação no BPI e passa a controlar, através da Unitel, o Banco de Fomento Angola (BFA), que deverá ser cotado na Bolsa de Lisboa.

Num comunicado à Comissão de Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM), o BPI anunciou que os dois principais acionistas encerraram “com sucesso” as negociações para resolver o problema da exposição do risco do BPI a Angola.

“O Banco BPI torna público ter sido informado pelo CaixaBank, S.A. e pela Santoro Finance – Prestação de Serviços, S.A. que se encerraram hoje com sucesso as negociações que os envolveram para encontrar uma solução para a situação de incumprimento pelo Banco BPI do limite de grandes riscos”, adianta em comunicado.

Esta manhã, a CMVM suspendeu a negociação das ações do banco na bolsa de Lisboa “até à divulgação de informação relevante sobre o emitente”.

O comunicado não indica a solução encontrada, mas o banco liderado por Fernando Ulrich adianta ainda que a “solução foi já comunicada ao Banco Central Europeu e ao Banco de Portugal e encontra-se vertida num conjunto de documentos contratuais que serão apresentados aos órgãos competentes nos próximos dias e que, tão logo sejam aprovados, serão comunicados ao mercado”.

Há cerca de um ano, o BCE tinha dado o dia 10 de abril como prazo limite para que o BPI reduzisse o excesso de exposição a Angola – abandonando a participação no BFA, Banco Fomento de Angola, onde Isabel dos Santos também detém capital -, já que está entre os países que não têm uma regulação e supervisão equivalente às práticas europeias.

Há algumas semanas que o espanhol CaixaBank, com 44,10% do capital social do Banco Português de Investimento (BPI), e a holding Santoro, da empresária angolana Isabel dos Santos, com 18,58%, estavam em negociações para desbloquear o impasse neste assunto, depois de várias soluções que falharam, devido a divergências entre as partes.

Se não houvesse acordo até hoje, o BPI seria multado pelo BCE, pagando coimas diárias de 160 mil euros.

A operação em Angola, no entanto, é a “joia da coroa” do BPI: em 2015, mais de 50% do lucro do banco veio do país africano, ou seja, 135,7 milhões de euros de um total de 236,4 milhões.

Ainda não sabem pormenores em relação ao que foi acordado, mas Marques Mendes afirmou, no seu comentário televisivo de domingo à noite, que uma das condições para a saída da angolana do capital do BPI passaria pela entrada do Banco Fomento de Angola (BFA) na bolsa de Lisboa, através da Unitel.

De acordo com o Diário de Notícias, o Banco de Fomento Angola será apenas cotado, não tendo balcões em Portugal.

ZAP

2 Comments

  1. Quer queiramos quer não, desta vez a União Europeia só está a pensar no nosso bem.
    Todos sabem de onde vêm o dinheiro desta família, das dúvidas da sua legitimidade.
    E Portugal tem servido como uma imensa placa giratória, para lavagem de dinheiro, que depois de tanto “investimento”, o dinheiro saia de cá limpinho e legítimo.
    O episódio do aval ao BES Angola, que depois foi retirado, e precipitou a resolução do BES em Portugal, serviu para alguém aprender alguma coisa…infelizmente, parece que não para os políticos tugas.

  2. Afinal as soluções para os bancos em Portugal parece que continuam a ser ditadas de Bruxelas e vão todos caindo nas mãos dos espanhóis pois nem já os angolanos são aceites, mas se bem me recordo o senhor Costa e toda a sua claque de extrema-esquerda tinham ainda há bem pouco tempo soluções na ponta da língua para tudo isto e agora no governo os acontecimentos vão surgindo e as bocas vão ficando cada vez mais caladas como se agora já nada lhes diga respeito, afinal em que ficamos!

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