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Irão vive a instabilidade política mais mortífera das últimas quatro décadas

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STR / EPA

O que começou por ser um protesto contra um aumento surpresa nos preços da gasolina transformou-se rapidamente em manifestações generalizadas, com uma repressão sistemática.

Em apenas quatro dias, entre 180 e 450 pessoas morreram em protestos que começaram há duas semanas após o aumento abrupto dos preços da gasolina. Este domingo, o norte-americano The New York Times escreveu que o Irão enfrenta atualmente a instabilidade política mais mortífera desde a Revolução Islâmica há 40 anos.

O gatilho dos protestos foi o aumento abrupto de 50% ou mais dos preços da gasolina. Desde então, os manifestantes pedem o fim do Governo da República Islâmica e o derrube dos seus líderes.

De acordo com o Expresso, os protestos têm sido reprimidos com violência pelas autoridades e só agora, após o levantamento recente de um corte da Internet, começam a surgir detalhes sobre a repressão. As forças de segurança terão aberto fogo contra manifestantes desarmados, na sua maioria desempregados ou jovens de baixos rendimentos, segundo relatos de várias testemunhas.

Omid Memarian, vice-diretor do Centro de Direitos Humanos no Irão, um grupo estabelecido em Nova Iorque, disse que “o uso recente de força letal contra pessoas em todo o país não tem precedentes, nem mesmo para a República Islâmica e o seu histórico de violência”.

O número de mortos não é certo, mas sabe-se que poderá ter variado entre as duas centenas e o meio milhar, havendo pelo menos dois mil feridos e sete mil detidos a registar.

O líder supremo, o ayatollah Ali Khamenei, considerou a repressão uma resposta justificada ao que apelidou de conspiração dos inimigos do Irão, dentro e fora do país.

ZAP //

4 Comments

  1. O fanatismo no Irão vai acabar. Nem sempre foi assim e nem será sempre assim. Existe uma cultura urbana jovem em cidades como Teerão que demonstram bem uma total intolerância com o atual regime. Acho que tem os dias contados. Pode não ser desta mas, mais tarde ou mais cedo, vamos voltar a ter um Irão pré-Khomeini

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