Castelo medieval de Rayen, na cidade de Kerman, no Irão (foto: ninara / wikimedia)
O governo do Irão revelou ter capturado um espião do MI6, a agência de inteligência do Reino Unido, na cidade de Kerman, no sudeste do país.
Segundo o chefe da corte revolucionária de Kerman, o suposto espião admitiu ter mantido contacto com quatro funcionários da inteligência britânica em 11 ocasiões, dentro e fora do território iraniano.
O responsável acrescentou que o réu confessou o crime e que seu julgamento ocorrerá em breve.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico informou que não comenta assuntos relacionados com operações de inteligência.
Não é a primeira vez que o governo do Irão afirma ter capturado um agente de inteligência ao serviço de outros países.
No entanto, em muitos dos casos, os réus são libertados sem acusação formal meses depois de sua prisão.
A notícia da detenção do suposto espião britânico ocorre quando acontecem tentativas de restabelecimento dos laços diplomáticos entre o Irão e o Reino Unido.
O governo britânico fechou a sua embaixada em Teerão, capital do Irão, em 2011, depois de a repartição diplomática ter sido atacada num protesto organizado contra as sanções nucleares impostas pelo Reino Unido ao país.
Visita formal
O enviado especial do Irão ao Reino Unido deverá chegar a Londres nesta semana, onde deve visitar o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico e encontrar-se com autoridades locais.
William Hague, Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Commonwealth, afirmou que as relações entre os dois países têm melhorando “de forma recíproca”.
A visita ocorre após um acordo temporário com o Irão sobre o seu programa nuclear.
O mês passado, o governo iraniano aceitou encerrar parte das suas actividades nucleares em troca do alívio de sanções económica, num total de cerca de 4,3 biliões de libras (5,1 biliões de euros).
O acordo foi alcançado após conversas entre diplomatas ingleses e iranianos, ocorridas em Genebra, na Suíça.
Segundo o acordo, o Irão aceita aumentar o acesso dos inspectores internacionais ao seu programa nuclear, além de interromper parcialmente o enriquecimento de urânio, matéria-prima de bombas nucleares, por um período de seis meses.
ZAP/BBC
