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Irão acaba com limites à pesquisa e desenvolvimento nuclear

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O presidente do Irão, Hassan Rohani (Rouhani)

Presidente iraniano quer fornecer ao país tudo o que precisa para o enriquecimento de urânio. Trump admite encontra-se com Rohani, mas diz que Estados Unidos não “precisam de ninguém” para negociar.

O Presidente do Irão, Hassan Rohani, anunciou esta quarta-feira que vai retirar quaisquer limites à pesquisa e ao desenvolvimento nuclear, a fim de fornecer ao país tudo o que precisa para o enriquecimento de urânio.

“A organização iraniana de energia atómica recebeu a ordem para tomar as medidas necessárias em pesquisa e desenvolvimento e abandonar todos os compromissos existentes nessa área”, disse Rohani na televisão do Estado.

Segundo o Presidente iraniano, esta decisão surge depois de “não terem sido alcançados os resultados desejados” na recente tentativa diplomática liderada pela França para tentar impedir o falhanço do acordo nuclear concluído em julho de 2015, em Viena.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, admitiu esta quarta-feira encontrar-se com o seu homólogo iraniano, Hassan Rohani, à margem da Assembleia-Geral da ONU no final de setembro, sublinhando que não foi tomada qualquer decisão. Saudando os esforços do seu homólogo francês, Emmanuel Macron, para mediar um tal encontro, Donald Trump assinalou que os Estados Unidos não “precisam de ninguém” para negociar.

O Presidente norte-americano já tinha admitido a possibilidade de um encontro com o seu homólogo iraniano e declarou-se aberto a negociar com a República Islâmica na reunião do G7 em Biarritz, no final de agosto, que teve como anfitrião Emmanuel Macron.

Mas na terça-feira Washington, impôs pela primeira vez sanções à agência espacial do Irão, acusando-a de desenvolver mísseis balísticos sob a cobertura de um programa civil para lançar satélites em órbita, mais um passo na campanha da administração Trump de medidas económicas e diplomáticas contra Teerão, desde que no ano passado os EUA se retiraram unilateralmente do acordo nuclear de 2015.

O pacto foi assinado entre o Irão e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China), mais a Alemanha, e previa o levantamento de sanções internacionais em troca de limitações e maior vigilância do programa nuclear iraniano.

Um ano após o anúncio da decisão norte-americana de abandonar o acordo, o Irão declarou que não se sentia obrigado a continuar a respeitar alguns dos seus compromissos no pacto enquanto os restantes signatários não conseguissem ajudá-lo a contornar as sanções dos Estados Unidos.

Também na terça-feira, Rohani rejeitou manter negociações bilaterais com os Estados Unidos e disse que, caso Washington levante as sanções, apenas aceita um diálogo multilateral com os países que assinaram o acordo nuclear com Teerão em 2015.

// Lusa

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