Sobram indícios de corrupção na investigação às Parcerias Público-Privadas (PPP) rodoviárias, que terão lesado o Estado em mais de 3,5 mil milhões de euros, envolvendo vários ex-ministros de José Sócrates, mas não há ainda provas que os suportem. A única apreensão suspeita feita até agora foi uma pistola na casa do ex-ministro Mário Lino.
O Observador revela detalhes dos bastidores da investigação às PPP rodoviárias e constata que, após sete anos de inquirições, de buscas e de análises, os inspectores da Unidade Nacional Contra a Corrupção consideram que o Estado português foi lesado em mais de 3,5 mil milhões de euros.
No centro da investigação surge Paulo Campos, ex-secretário de Estado das Obras Públicas do Governo de José Sócrates e que foi o principal responsável por implementar os programas das PPP rodoviárias entre 2005 e 2009, constata o jornal online.
Mas estão também a ser investigados os ex-ministros Mário Lino (Obras Públicas) e Fernando Teixeira dos Santos (Finanças), o ex-secretário de Estado do Tesouro Carlos Costa Pina e o ex-presidente da empresa Estradas de Portugal Almerindo Marques.
Mas após dezenas de buscas e escutas, não há arguidos e “até agora ainda não foi recolhido nenhum indício de alegadas contrapartidas”, nem tão pouco “nenhum indício de fluxos financeiros fora do comum“, sustenta o Observador.
“A única matéria fora do comum” encontrada pela Polícia Judiciária “foi uma pistola Browning de calibre 6,35 mm e respectivas munições que foi apreendida na casa de Mário Lino”, acrescenta a publicação.
Mas se não há grandes provas, abundam as suspeitas, com os investigadores do inquérito a repararem que há “fórmulas matemáticas obscuras e pouco rigorosas”, com “factores multiplicativos de elevado risco no resultado” e “erros graves”, concluindo-se que “terão sido elaboradas com amadorismo e displicência”, como refere o Observador.
Estão em causa, só no caso do grupo Ascendi, que era da Mota-Engil e que foi alienado ao fundo de gestão Ardian, receitas de 1,3 mil milhões de euros.
Negócio polémico lesou Estado em 836 milhões
O polémico negócio que envolve cinco auto-estradas contratadas ao grupo Ascendi é a principal linha de investigação no processo sobre as PPP que decorre no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), refere o Público.
Entre 2009 a 2017, as PPP rodoviárias custaram 9.365 milhões de euros aos cofres do Estado, sendo que um terço deste valor (3.625 milhões) foi pago ao grupo Ascendi.
O Público nota que a inclusão das concessões Norte e Grande Lisboa no pacote de renegociações que levou à introdução de portagens nas antigas Scut custou aos cofres públicos, desde 2009, 836 milhões em rendas por disponibilidade. Neste modelo, os privados recebem simplesmente por terem as estradas disponíveis.
Ou os gajos foram tão esperto que fizeram tudo perfeito, sou não sabem investigar – ou alguém não quer…
uma daquelas provas, que no caso deste crime de colarinho branco serve tanto como andar a conduzir o carro sem carta de conduçao ! de certeza que ninguem utilizou a velhinha e ineficaz browning 6.35 mm, em um caso de corrupçao desta magnitude para nada !mais provavel ser uma daquelas herenças do avo ,que estava la para casa e ninguem se lembrava ,pois se tiveram o cuidado de nao deixar vestigios