A investigação do Congresso dos Estados Unidos da América à invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro, revelou falhas dos serviços de inteligência e das forças de segurança, que conduziram à tentativa de insurreição.
A investigação que está a ser feita pelo Senado encontrou sinais de que apoiantes do antigo Presidente dos Estados Unidos Donald Trump e até elementos de grupos associados à extrema-direita estavam a planear “invadir o Capitólio” com armas de fogo e, possivelmente, infiltrar-se no sistema de túneis por baixo do edifício.
Apesar dos avisos, os serviços de inteligência norte-americanos não consideraram as ameaças uma prioridade.
O resultado foi caótico. O relatório divulgado na terça-feira pelo Senado detalha como os agentes que estavam na linha da frente sofreram queimaduras químicas, lesões cerebrais e fraturas, assim como outras lesões, enquanto tentavam impedir os apoiantes do republicano Trump de invadir o Capitólio.
Os agentes disseram aos investigadores do Senado que se sentiram sem liderança ou ordens específicas sobre como agir enquanto os populares entravam no edifício.
O relatório vai mais longe e aponta à inteligência norte-americana uma falha em consonância com o que aconteceu há 20 anos, durante os atentados de 11 de setembro de 2001: falta de imaginação para equacionar cenários que se podem tornar realidade.
“Este relatório é importante na medida em que nos permite fazer algumas melhorias imediatas na situação de segurança aqui no Capitólio”, disse o senador Gary Peters, que conduziu a investigação, citado pelo Diário de Notícias.
Nas conclusões, é proposta a alteração imediata das chefias das forças de segurança no Capitólio, melhor planeamento e equipamentos para os agentes e a recolha mais eficaz de informação por parte das agências federais.
“Fiquei horrorizado porque nenhum subchefe ou superior estava nas comunicações de rádio”, disse um oficial ao comité do Senado.
Em 20 de janeiro, enquanto o Congresso validava a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro de 2020, o então chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, organizou um comício no qual pediu aos milhares de apoiantes para “reclamarem o poder” e “reclamarem o país”.
Seguiu-se uma tentativa de impedir a confirmação da vitória de Biden, que foi interrompida, mas, mais tarde, retomada, com milhares de pessoas a invadirem o Capitólio, a agredirem os agentes da polícia que estavam no local e a vandalizarem os gabinetes de vários congressistas, nomeadamente da democrata Nancy Pelosi.
ZAP // Lusa