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Foi a gota de água. Passageiros “em desespero” invadiram barco da Transtejo

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Uma dezena de passageiros invadiu, nesta terça-feira de manhã, um barco da Transtejo que faz a ligação entre o Seixal e o Cais do Sodré, em Lisboa. Foi o “desespero” pelos sucessivos atrasos que levam a Câmara do Seixal a pedir ao Governo que cumpra o que prometeu.

Depois da supressão da ligação das 08:10 horas entre o Seixal e Lisboa, dezenas de pessoas invadiram o barco que devia sair pelas 08:30 horas. O excesso de passageiros impediu que o barco prosseguisse a viagem, durante cerca de uma hora.

A Polícia Marítima foi obrigada a intervir para “tentar acalmar os ânimos das pessoas, que queriam ir trabalhar e não conseguiam porque o barco não podia sair por excesso de pessoas”, revela à TSF uma fonte da força de autoridade.

“Houve alguns passageiros que, insatisfeitos com o horário, invadiram o navio”, conta na mesma Rádio a presidente do Conselho de Administração da Transtejo, Marina Ferreira, notando que houve um “ambiente tenso” e que foi preciso “retirar alguns passageiros do navio” para prosseguir a viagem.

A confusão gerou-se pelo facto de a travessia estar a ser feita com apenas um navio, desde domingo passado, devido a uma avaria na hélice do outro barco que costuma operar na zona.

A Transtejo já desviou um barco de Cacilhas para reforçar a ligação, mas “o problema vai-se manter”, alerta o dirigente da comissão de utentes do Seixal, Horta Pinheiro, na Rádio Renascença.

“Não podemos continuar na situação de não termos barcos, é uma situação que se repete constantemente”, salienta ainda Horta Pinheiro, lamentando que os passageiros habituais “já estão em desespero, já não conseguem saber quando é que chegam aos seus empregos”.

A presidente do conselho de administração da Transtejo admite à Renascença que a empresa não tem navios suficientes para cumprir a procura nas horas de ponta, lamentando que a frota não é renovada “há mais de 20 anos”.

“Há desgaste de material, os navios estão sujeitos a uma intensidade de carga brutal todos os dias”, diz Marina Ferreira, salientando que os navios fazem “muitas viagens, muitas horas, muito acima do que é normal em navios deste tipo”, o que propicia o aparecimento de avarias.

“Situação insustentável que o Governo podia evitar”

O presidente da Câmara do Seixal, Joaquim Santos, junta-se aos protestos dos utentes e considera, em declarações à TSF, que a situação “poderia e deveria ter sido evitada”, caso o Governo tivesse cumprido as promessas que fez.

“Esta é uma situação insustentável e que apesar das sucessivas promessas por parte do Governo, pouco ou nada mudou no transporte fluvial”, lamenta Joaquim Santos, notando que a situação desta terça-feira foi “a gota de água” na paciência dos passageiros.

O autarca apela a um maior investimento do Governo na área do transporte fluvial, frisando que em 2017, o Ministério do Ambiente prometeu “um investimento de 10 milhões de euros para a manutenção da frota de navios da Transtejo e Soflusa”.

“O transporte fluvial assume um papel de extrema importância na mobilidade das populações, transportando cerca de 5 mil pessoas por dia para Lisboa“, destaca Joaquim Santos.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. reduzam o numero de administradores e de pessoal pago a peso de ouro que pouco ou nada faz.
    talvez assim os milhoes cheguem para fazer as reparaçoes necessarias!

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