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Ihor Homeniuk. Defesas dos Inspetores do SEF revelam “trunfos” que vão usar em julgamento

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Os inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) acusados de matarem o cidadão ucraniano Ihor Homeniuk dizem-se inocentes e apontam o dedo aos seguranças que vigiavam a sala.

As defesas dos inspetores também se preparam para arrasar o relatório da autópsia que indica que se tratou de um homicídio.

De acordo com o Expresso, estes são alguns dos trunfos que vão ser apresentados pelas defesas dos inspetores do SEF no dia 2 de fevereiro, data que começa o julgamento.

O advogado de Bruno Sousa, Ricardo Sá Fernandes, argumenta que o arguido “não quis a morte de Ihor Homeniuk, nem a previu, nem se conformou com ela”, apesar de já condenarem os inspetores de tortura na praça pública. A defesa realça ainda que os inspetores libertaram o ucraniano das fitas adesivas que o prendiam e que usaram apenas “a força necessária” para o imobilizar.

Ao contrário daquilo que a versão do Ministério Público defende, o advogado garante que os inspetores não deram pontapés ou socos, nem o agrediram com o bastão extensível.

“Antes de saírem, os inspetores entregaram as chaves das algemas aos vigilantes da Prestibel, com indicação de que Ihor Homeniuk poderia ser desalgemado, quando estivesse mais calmo”, diz o advogado.

A defesa de Bruno Sousa conta com o apoio da imagens de videovigilância, que diz terem filmado movimentações consideradas suspeitas de alguns seguranças.

O documento ao qual o Expresso teve acesso menciona mais precisamente as movimentações dos vigilantes Paulo M. e Manuel C. entre as 00h44 e as 01h07. Os seguranças transportavam rolos de fita adesiva e calçavam pares sobrepostos de luvas cirúrgicas, “permanecendo no interior da sala com o passageiro Ihor Homeniuk por longos períodos de tempo”.

As entradas e saídas dos vigilantes do local onde se encontrava o ucraniano repetiram-se inúmeras vezes nessa madrugada. Duas testemunhas argumentam que ainda antes da entrada dos três inspetores do SEF, já a vítima tinha “a zona do nariz inchada”, “a cara inchada” e “arranhões na cara”.

Os seguranças do turno seguinte, que também visitaram por várias vezes o espaço em que Ihor estava detido, não manifestaram preocupações com o estado de saúde do ucraniano. Além disso, não lhe foi distribuído almoço ou lanche, “função que competia aos vigilantes”.

Maria Manuel Candal, a advogada de Luís Silva, defende que pelo menos dois seguranças devem ser acusados do crime de sequestro e dois inspetores do SEF de omissão de auxílio.

Daniel Costa, ZAP //

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