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Ingleses vão registar todos os implantes para combater fraudes

FDA

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O governo inglês anunciou que vai passar a registar todas as cirurgias de implante de silicone realizadas no país. O objectivo é aumentar a segurança das pacientes e evitar novos escândalos como o que ocorreu com as próteses PIP.

Fabricados em França pela empresa Poly Implant Prothèse (PIP), os implantes continham silicone da baixo qualidade, aumentando a incidência de rupturas.

Em 2011, centenas de milhares de mulheres em diversas partes do mundo  foram surpreendidas com a notícia e obrigadas a submeter-se a novas cirurgias para trocar as próteses defeituosas.

Na altura, foi também investigada a ligação entre os implantes PIP e casos de cancro de mama.

As autoridades inglesas afirmam que, devido à falta dos registos, não puderam entrar em contacto com as pacientes que receberam as próteses.

A indústria de cirurgia plástica tem crescido em todo o mundo, prevendo-se que o sector facture 4 mil milhões de euros em 2015.

À BBC, Dan Poulter, subsecretário de Estado para os Serviços Médicos do Reino Unido, afirmou que o escândalo envolvendo os implantes PIP “lançou luz” sobre uma indústria com algumas “práticas sombrias”.

“O que nós precisamos de fazer é rastrear mais efectivamente a qualidade dos implantes que as mulheres recebem, para assegurar que quando alguma coisa correr mal, elas possam ser alertadas o mais rapidamente possível – e isso só vai acontecer por meio de um registo”.

 

PatriotPro / SXC

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‘Marketing irresponsável’

O ministério da Saúde britânico também informou que está a trabalhar em conjunto com a ASA, Advertising Standards Authority, entidade que supervisiona a publicidade no Reino Unido, para enfrentar o que chamou de “marketing irresponsável” de algumas empresas.

Mais especificamente, o órgão quer impedir as empresas de oferecer a mulheres implantes de silicone como prémio, prática que tem ganho força no país nos últimos anos.

A ASA já proibiu a divulgação de peças publicitárias que estimulem a cirurgia de maneira machista e ofensiva.

“Esse tipo de marketing é irresponsável, porque pode mudar a maneira como a mulher vê a si mesma para o resto de sua vida. Precisamos de exigir da indústria de cirurgia plástica uma maior responsabilidade quanto à forma como esses procedimentos são anunciados”.

Para o cirurgião plástico Rajiv Grover, presidente da BAAPS, Associação Britânica dos Cirurgiões Plásticos, a decisão do governo inglês veio em boa hora.

Grover defende, entretanto, uma proibição de todo e qualquer anúncio publicitário sobre procedimentos médicos.

“As pessoas que pensam em fazer uma cirurgia plástica têm de pensar sobre muitas coisas: riscos, expectativas, qualificações do médico, recuperação. Uma cirurgia nunca deve ser anunciada como uma daquelas promoções ‘pague-um-leve-dois'”.

ZAPT/BBC

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