Dados do Eurostat colocam a inflação portuguesa como a terceira mais baixa na União Europeia. Portugueses adaptam-se à nova vida.
O Eurostat informou nesta quinta-feira que, em Março, a taxa de inflação anual chegou aos 7,4% na União Europeia.
Uma subida considerável em relação aos 5,9% em Fevereiro e quase incomparável com o ano passado, se recordarmos que em Março de 2021 a inflação era de 1,7%.
A energia volta a ser o sector que mais contribui para estes números altos, com 4,36%; seguem-se serviços, alimentação, álcool e tabaco e bens industriais não energéticos.
Os três países com inflação mais elevada estão no Leste europeu: Lituânia (15,6%), Estónia (14,8%) e República Checa (11,9%).
Portugal, que ainda na semana passada registou valores recorde em quase 30 anos, tem no entanto a terceira taxa de inflação anual mais baixa na Europa: 5,5%, apenas à frente de França (5,1%) e Malta, que tem a inflação anual mais baixa (4,5%).
Sentir as consequências
A subida considerável de preços, sobretudo desde que começou a guerra na Ucrânia, já alterou o dia-a-dia de muitos portugueses, revela uma sondagem publicada pelo Jornal de Negócios.
Entre as 608 pessoas entrevistadas, 72% admitiram que já sentiram os efeitos da inflação, enquanto pouco mais de 25% asseguram que ainda não repararam em qualquer diferença.
As pessoas entre 18 e 34 anos têm alterado mais o seu dia-a-dia: 80% nesta faixa etária disseram que já houve mudanças no estilo de vida, por causa da inflação.
Cerca de dois terços dos inquiridos admitiram que não recebem rendimentos suficientes, perante este novo cenário económico.