O sector farmacêutico é o pior cotado pelos norte-americanos segundo um estudo da Gallup – empresa americana de análise e consultoria de mercado – que, anualmente, faz o ranking de 25 indústrias de acordo com a avaliação dos consumidores.
O sector da restauração tem a melhor pontuação, seguindo-se as indústrias da área da tecnologia e o retalho alimentar.
Este ano, a indústria farmacêutica ocupa o último lugar da tabela onde figurava, antes, o governo federal, que desde 2011 tem vindo a bater no fundo aos olhos dos americanos. O estudo da Gallup consiste na auscultação dos consumidores que, em agosto, atribuíram notas em função da sua perceção – muito positiva, algo positiva, neutra, algo negativa, muito negativa – a estes 25 sectores de atividade.
Depois da indústria farmacêutica e do governo norte-americano vem o sector dos cuidados de saúde também com pontuação negativa. O sector publicitário e de relações públicas figura, igualmente, em terreno negativo, mas está muito próximo de ter uma pontuação positiva.
A indústria televisiva e de rádio, o sector legal (que inclui os escritórios de advogados) e a indústria do petróleo e gás estão em terreno positivo, mas por pouco, num voto de desconfiança por parte dos consumidores norte-americanos.
Já o imobiliário é um exemplo de uma recuperação com uma subida expressiva no ranking, passando do fim da tabela, em 2008, para o top 10, ficando no 8º lugar em 2019.
A indústria farmacêutica ocupa o último lugar da tabela e nunca os fabricantes de fármacos pontuaram tão mal no ranking da Gallup que é realizado desde 2001. Aliás, de acordo com a consultora, em 19 anos, “poucas indústrias pontuaram tão mal como [agora] o sector farmacêutico”, incluindo o governo federal, o petróleo e gás e o sector automóvel, que são, tipicamente, muito castigados pelos consumidores.
A má imagem da indústria farmacêutica reflete, segundo o Expresso, o crescente descontentamento da opinião pública em relação aos elevados custos de alguns tratamentos, bem como aos gastos astronómicos com o forte lóbi que o sector exerce junto dos políticos americanos.
A crise dos opioides (medicamentos responsáveis pela morte por overdose de milhares de americanos) também terá contribuído para a avaliação negativa. Na semana passada, um juiz condenou a Johnson & Johnson a pagar 572 milhões de dólares (521 milhões de euros) pelo seu papel na epidemia de opioides no Oklahoma, que matou seis mil pessoas nos últimos 20 anos.
Outro caso está relacionado com, a também gigante dos medicamentos, Bayer, por causa da suposta relação de um herbicida à base de glifosato – comercializado pela sua participada norte-americana Monsanto – com o aparecimento de cancro em utilizadores deste produto. Há milhares de casos em tribunal nos EUA e já houve decisões desfavoráveis à farmacêutica alemã.
Ó borregos, é “mal vista”, não “malvista”. Vocês devem ser daqueles que também escrevem “concerteza” e “apropósito”.
Caro leitor,
Quando comentar no ZAP, abstenha-se por favor de usar do insulto. Se o fizer, certifique-se pelo menos de que tem razão — sob pena de ficar muito malvisto entre os restantes leitores.