Uma mulher atacada por um leopardo na Índia defendeu-se com uma foice e uma pá e – depois de lutar durante meia hora – acabou por matar o felino.
A sobrevivente, Kamla Devi, sobreviveu com várias mordidelas e fracturas ao ataque, que aconteceuno Estado de Uttarakhand, no norte do país.
Kamla Devi procurava água, este domingo, quando o leopardo surgiu de um arbusto e fez uma investida.
“Pensei: pronto, já era“, conta Devi à BBC, “mas não perdi a paciência e a coragem”.
Devi carregava água de um ribeiro próximo para a sua plantação, junto à aldeia de Sem Nauti, no distrito de Rudraprayag.
Mano a mano
Durante a luta, Devi diz ter partido alguns dos dentes do animal.
“Lutamos mano a mano durante quase meia hora, até que percebi que o leopardo estava morto”, conta Kamla Devi, que foi internada num hospital próximo da cidade de Srinagar Garhwal.
Os médicos disseram ter ficado surpreendidos por Devi ter sobrevivido e acharam que teve muita sorte.
“A paciente teve duas fracturas na mão direita e uma na esquerda, além de ferimentos profundos na cabeça e nas pernas. Havia marcas de mordidelas no corpo todo”, relata o médico que a atendeu, Abdul Rahul.
Pankaj Bist, um dos vizinhos que levaram Devi ao hospital, contou que ela foi buscar água por volta de 10h.
“Kamla é muito corajosa. Foi à luta só com uma foice e atacou o leopardo.”
Perda de habitat
A semana passada, leopardos mataram uma mulher em outra outra localidade de Uttarakhand, e feriram outra em Rudraprayag.
Os moradores dizem que os felinos estão a ser vistos cada vez com mais frequência nas proximidades das povoações, à medida que a população cresce e reduz os habitats dos leopardos.
Rudraprayag ganhou renome internacional na década de 1920 graças a um livro de Jim Corbett, um ex-caçador e conceituado ambientalista.
O livro, Man Eater of Rudraprayag, (Devorador de Homens em Rudraprayag) regista as tentativas de Corbett de localizar um velho leopardo macho que tinha a fama de ter morto mais de 125 pessoas, antes de ser caçado por Corbett, em 1925.
ZAP / BBC