O Ministério da Defesa da Índia anunciou esta segunda-feira que vários dos seus navios de guerra, incluindo submarinos nucleares e um porta-aviões, foram posicionados na parte norte do mar Arábico, visando dissuadir o Paquistão de quaisquer “aventuras” naquela região”.
Em comunicado, o ministério explica que, à medida que a tensão entre o Paquistão e a Índia começou a escalar, as principais unidades de combate da marinha “transitaram rapidamente” da fase de exercícios para o “modo de implantação operacional”.
“[Esta é] uma mensagem clara e firme sobre a postura operacional da Marinha Indiana para prevenir, deter e derrotar qualquer desventura do Paquistão no domínio marítimo” da Índia, pode ler-se na mesma nota do Ministério da Defesa.
O Ministério não precisou que tipo de submarinos foram implantados na área, mas a Marinha indiana contabilizada na sua frota dois submersíveis movidos a energia nuclear: o INS Chakra, alugado à Rússia em 2012, e o INS Arihant, o primeiro submersível nuclear de fabricado na Índia com capacidade de transportar mísseis balísticos, nota a Russia Today.
Quanto ao porta-aviões, o navio-almirante da frota, a tutela esclarece que se trata de um INS Vikramaditya, produzido e modernizado na Rússia.
Os recursos navais em causa foram desmobilizados do maior exercício naval levado a cabo pela Marinha indiana, o TROPEX-19 (Theatre Level Operational Readiness Exercise 2019), e posicionados no mar Arábico. Esta é uma iniciativa anual que arranca logo no início do ano.
No domingo, e segundo noticiou a Reuters citando diplomatas ocidentais, Índia e Paquistão terão ameaçado mutuamente recorrer mísseis após a escalada de tensão sobre a região de Caxemira. Segundo a agência, só a intervenção dos EUA ajudou a acalmar as parte.
“A determinado momento, a Índia ameaçou disparar pelo menos seis mísseis contra o Paquistão, e Islamabad disse que responderia com os seus próprios mísseis “três vezes mais”, avançaram diplomatas e fontes do Governo em Nova Deli, Islamabad e Washington.
No início do mês, a Marinha paquistanesa disse ter evitado que um submarino indiano entrasse nas suas águas, alegando que o navio foi forçado a recuar. A Marinha indiana, por sua vez, rejeitou as alegações, rotulando-as como “falsa propaganda” e desinformação”.
A escalada de tensão entre ambos os países, que reivindicam a região de Caxemira desde o fim da colonização britânica, em 1947, tem subido de tom. Localizada no Himalaia, a região é predominantemente muçulmana. Apesar de a violência na zona tenha durado décadas, os ataques de grupos insurgentes têm-se intensificado recentemente.