Os fogos que lavram na Grécia causaram pelo menos 60 mortos e 156 feridos, alguns em estado crítico, de acordo com os últimos dados da Proteção Civil grega, avançou esta terça-feira a agência de notícias Efe.

A mesma fonte precisou que 11 dos feridos estão em estado crítico e teme-se que o número de mortes seja ainda maior, uma vez que os serviços de emergência continuam a receber telefonemas a alertar para o desaparecimento de pessoas.

Todas as vítimas foram encontradas entre o porto de Rafina, a cerca de 30 quilómetros de Atenas, e Nea Makri, cerca de dez quilómetros mais a norte.

As vítimas encontravam-se em casa ou nos seus carros. Outras pessoas tentaram fugir do fogo atirando-se ao mar, mas acabaram por morrer afogados.

Um porta-voz da Cruz Vermelha disse à rede de televisão pública ERT que, depois de terem sido encontrados 24 corpos, os bombeiros descobriram esta terça-feira um outro grupo de 26 pessoas, já sem vida, num campo localizado na pequena cidade de Mati.

De acordo com os bombeiros, ainda existem três incêndios em curso na região de Ática, mas também grandes frentes noutras regiões do país, particularmente na área de Corinto, no Peloponeso, bem como na ilha de Creta.

As operações de combate aos incêndios prosseguiram durante a noite, mas foram prejudicadas por fortes ventos. Segundo aponta a BBC, este é o maior incêndio registado desde 2007 – quando dezenas de pessoas morreram no sul da península de Peloponeso.

“Vamos fazer o que for humanamente possível para controlar o incêndio”, disse o primeiro-ministro Alexis Tsipras em declarações aos jornalistas.

Os incêndios são um problema recorrente durante os meses quentes e secos do verão de Ática. Nesta semana, as chamas foram “impulsionadas” por ventos fortes. Autoridades citadas pela AFP sugeriram que as chamas podem ter sido iniciadas por incendiários à procura de casas abandonadas.

Atenas pede ajuda à União Europeia

Depois de as autoridades terem declarado o estado de emergência e solicitado ajuda internacional, o porta-voz do Governo, Dimitris Tzanakopoulos, anunciou que os aviões de combate aos incêndios chegarão hoje de Espanha, bem como voluntários do Chipre.

Segundo o prefeito de Rafina, Evánguelos Burnús, pelo menos 500 casas e 200 veículos foram danificados em maior ou menor grau pelas chamas.

Burnus referiu, num comunicado enviado à televisão ERT, que continua a ser realizada a operação de resgate por mar realizada na segunda-feira e que os navios da Guarda Costeira estão a transportar muitos moradores de Rafina para outras áreas seguras.

Portugal vai enviar 50 elementos da Força Especial de Bombeiros (FEB) para ajudar a combater os incêndios na Grécia, anunciou hoje o ministro da Administração Interna.

Eduardo Cabrita adiantou que estes 50 elementos da FEB vão partir para a Grécia entre hoje e quarta-feira. Portugal vai ainda disponibilizar apoio terrestre, tal como a Grécia solicitou ao Mecanismo Europeu de Proteção Civil.

ZAP // Lusa / BBC