Incêndios dão tréguas após noite mais fresca. Mais de 700 operacionais no terreno

Daniel Perez/EPA

Incêndio no Fundão é o que mais preocupa as autoridades e o que mais meios mobilizava ao início da manhã.

Mais de 700 operacionais combatiam às 07h de hoje quatro incêndios ativos em Portugal continental, sendo o fogo que deflagrou em Fatela, no concelho do Fundão, em Castelo Branco, o que mais meios mobilizava, segundo a proteção civil. De acordo com a página da internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), combatiam os quatro incêndios em curso 788 operacionais, apoiados por 246 veículos.

O incêndio que mobilizava mais meios era o que deflagrou no concelho do Fundão no domingo à tarde e que se estendeu depois ao concelho vizinho da Covilhã, ambos no distrito de Castelo Branco, com 403 operacionais e 119 veículos. Também por dominar estava o incêndio que deflagrou às 14h45 de sexta-feira na freguesia de Bustelo, concelho de Chaves, no distrito de Vila Real, e tinha no terreno 169 operacionais, com o apoio de 55 meios terrestres.

Ainda em Vila Real, continuava ativo às 07h o fogo que deflagrou em Cortinhas, concelho de Murça, que estava a ser combatido por 148 operacionais, com o apoio de 51 veículos. No mesmo período, mais de mil operacionais combatiam 31 incêndios – entre fogos em curso, resolução e conclusão — em Portugal continental, com o auxílio de 353 veículos.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou hoje mais de 80 concelhos dos distritos do Porto, Vila Real, Bragança, Viseu, Guarda, Coimbra, Leiria, Santarém, Castelo Branco e Portalegre em perigo máximo de incêndio rural. Quase todos os concelhos dos 18 distritos de Portugal continental apresentam hoje um perigo máximo, muito elevado ou elevado de incêndio rural.

O IPMA colocou também o distrito de Bragança sob aviso amarelo devido à persistência de valores elevados da temperatura máxima até às 21h de hoje. Portugal entrou hoje, às 00h, em situação de alerta, depois de sete dias em contingência devido aos incêndios que assolaram o país e às altas temperaturas registadas.

A situação de alerta prolonga-se até às 23h59 de terça-feira, dia em que voltará a ser reavaliada a situação, afirmou o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, no domingo, após uma reunião, por videoconferência, com os ministérios da Defesa Nacional, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, da Saúde, do Ambiente e Ação Climática e da Agricultura e da Alimentação.

Na terça-feira, a situação será reavaliada até porque se prevê um novo aumento das temperaturas. A situação de alerta é, de acordo com a Lei de Bases da Proteção Civil, o nível menos grave, abaixo da situação de contingência e do patamar mais grave, a situação de calamidade.

Forças Armadas têm à disposição apenas três dos 12 drones para vigilância

Numa altura em que os fogos dão algumas tréguas aos bombeiros portugueses, o Diário de Notícias avança que as Forças Armadas têm tido a operar na vigilância florestal, em média, apenas três dos 12 drones comprados para o efeito em 2020, num negócio que envolveu 4,5 milhões de euros. O jornal escreve na sua edição desta segunda-feira que esta era a disponibilidade comunicada ao longo da última semana à GNR, entidade que coordena esta função em articulação com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Os dispositivos estão armazenados nas bases de Beja, Lousã e Mirandela, sendo que o seu número vai variando de dia de dia, sem que o motivo seja especificado. O DN diz que há pouco mais de uma semana, cinco dos aparelhos estavam inoperacionais devido a acidentes, sejam eles por quedas e aterragens. Outras quatro estavam em manutenção devido a avarias imprevistas. Esta realidade não é, ainda assim, nova, já que, segundo a mesma fonte, em nenhum dos três anos o “Sistema Aéreo não Tripulado” teve a totalidade dos aparelhos a funcionar em pleno — apesar de esse ter sido um objetivo traçado em 2020.

ZAP/Lusa // Lusa

 

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