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IMT não fiscalizou estrada que ruiu em Borba. Responsabilidade passou para a Câmara em 2005

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Stringer / EPA

O aluimento em Borba fez, pelo menos, duas vítimas mortais e três desaparecidos

O Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), entidade responsável pela fiscalização das estradas nacionais, não fiscalizou a estrada que esta segunda-feira ruiu em Borba, distrito de Évora, fazendo, pelo menos, dois mortos. 

Segundo apurou o jornal Público, a entidade reguladora não procedeu à fiscalização uma vez que o troço em causa da Estrada Nacional 255 foi desclassificado da rede rodoviária nacional, sendo agora uma estrada municipal. Por esse motivo, justificou o IMT ao diário, o troço está “fora da sua esfera de atribuições“.

“As atribuições do IMT em matéria de infra-estruturas rodoviárias restringem-se à esfera de atuação da administração central do Estado, abrangendo portanto a Rede Rodoviária Nacional (RRN) e outras estradas sob jurisdição da Infra-estruturas de Portugal (…) e não abrangem a rede rodoviária municipal”, explicou o instituto em declarações ao matutino.

Neste sentido, e a partir do momento em que a EN255 é desclassificada, a estrada passa para a alçada da Câmara Municipal de Borba, que ficou – desde 2005 – responsável pela sua gestão, fiscalização e conservação.

Por estar fora do seu campo de atuação, explica ainda o IMT também “não recebeu qualquer denúncia ou manifestação de preocupação acerca do perigo em que se encontraria tal troço”.

A IP, que várias vezes é chamada pelos municípios para fazer ações de inspeção em algumas rodovias, sobretudo para verificar o estado de alguma obras, incluindo pontes e viadutos, nunca foi chamada para Borba, nota o Público.

O troço da EN255 foi desclassificado da rede rodoviária nacional em 2005, altura em que o próprio IMT não existia com a atual configuração. A partir desse ano, passou a ser a variante que então foi construída na zona a passar para a responsabilidade da IP, enquanto o município ficou com e estrada antiga, conhecida como “a estrada das pedreiras”.

O aluimento de terras neste troço de Borba fez, pelo menos, duas vítimas mortais e três desaparecidos, podendo, por isso, o número de mortos aumentar.

As operações de resgate continuam e podem levar dias até estarem finalizadas. Às 12h15 desta quinta-feira-feira, e de acordo com a Proteção Civil, o teatro de operações contava com 91 operacionais e 40 veículos das autoridades.

ZAP //

5 Comments

  1. Os mortos e os seus familiares querem lá saber quem é o responsável, para os portugueses são os politicos que são os responsáveis. É só asneiras, inercia, irresponsabilidade umas atrás das outras e NINGUEM É RESPONSABILIZADO, quando digo ninguém não é o Estado Portugues mas sim os politicos de meia tijela que estão á frente do país e das instituições. Querem descentralizar quando nos pontos que estão descentralizados é aquilo que se vê. Enquanto os politicos/governantes não forem CONDENADOS por estes CRIMES NADA vai MUDAR.

  2. É triste o que acontecem Borba, foi a uma segunda feira, se fosse no Domingo dia anterior, seriam dezena de mortes, foi oque aconteceu em entre os Rios.Não esquecer que todos os dias passavam autocarros co crianças.Toda a Camara de Borba, devia de ser demitida, não esquecer de que a Camara de Vila Viçosa, também tem culpas no cartório, porque muitos moradores, utilizavam a Estrada para Elvas e Estremoz.Incompetentes, desleixados e corruptos, são os nomes a atribuir a estes Autarcas da Treta.Tenham vergonha demitam-se e deviam ser julgados em tribunal.

  3. podiam ter convidado o meu neto para ajudar nas investigações, este viu na televisão e descobriu logo que a estrada tinha caído porque ninguém é responsável por nada neste país? se fosse para aplicar coimas para o pessoal pagar seria bonito, todas as autoridades estariam a fiscalizar aquela e outras estradas ?
    a população que passava todos os dias por ali, nunca recebeu qualquer informação do perigo que corriam, agora todo o mundo ficou a saber que afinal havia muitos técnicos a opinar sobre o estado da estrada, claro isto é Portugal, onde até viver é perigoso e no caso de morrer também podemos dizer que este era o nosso destino?

  4. Nesta e outras Estradas/Caminhos com sinalização deficiente, buracos até dizer chega, como é normal neste País. devia faltar o Certificado Energético. ???
    Os automóveis tem vistoria anualmente.
    Os alvarás são renovados periodicamente.
    As vistorias são feitas por novas tecnologias via satélite ou Drones, e raramente feitas fisicamente, a não ser estar a espera de algum suborno.

  5. Aqueles que entraram na Academia de Alcochete para dar uns socos nos jogadores estão actualmente e bem atrás das grades, aqueles que por total desinteresse público e irresponsabilidade total ignoram o perigo de uma estrada durante anos sobre uma armadilha aos olhos de todos e que provocou a morte a pelo menos cinco pessoas que poderiam ser muito mais, estão em liberdade, afinal o que é necessário para se considerar crime? De facto a vida de uma pessoa vale muito pouco!.

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