Uma impressão digital notavelmente clara deixada por Leonardo da Vinci num dos seus desenhos será apresentada publicamente como parte dos eventos que marcarão os 500 anos da sua morte.
Um especialista em conservação de obras de arte descobriu a impressão digital de Leonardo da Vinci, impregnada num desenho que o artista fez entre 1509 e 1510, informou o The Art Newspaper.
A marca encontra-se na margem esquerda do desenho “O sistema cardiovascular e os órgãos principais de uma mulher”, um trabalho de saúde médico que faz parte da coleção do fundo britânico Royal Collection Trust.
A marca do seu polegar esquerdo – o artista era canhoto -, está num desenho médico. Alan Donnithorne descobriu que a tinta castanha e avermelhada da impressão é a mesma que a do desenho, por isso Leonardo terá “pegado na folha com os dedos manchados de tinta”. Há também uma marca borrada do seu dedo indicador esquerdo no reverso. O antigo funcionário do Royal Collection Trust acredita que tenha sido acidental.
Donnithorne descreve a mancha no trabalho artístico como
“o candidato mais convincente para uma impressão digital de Leonardo” em relação a outras marcas digitais presentes em várias outras obras de arte.
“Há manchas e impressões parciais noutros desenhos de Leonardo”, mas “esta é de longe a mais recente, mais clara e definitiva impressão digital” do famoso artista, disse Martin Clayton, atual curador da coleção que inclui o trabalho.
Os curadores esperam que a marca leve as pessoas a sentirem-se mais perto do mestre italiano do que nunca. “É possível sentir realmente o homem a trabalhar neste desenho, com os dedos embebidos em tinta”, disse Clayton. “Isto faz-me sentir formigueiros.”
O desenho médico será exibido no Museu Nacional de Cardiff (de 1 de fevereiro a 6 de maio) e depois na Galeria da Rainha, no Palácio de Buckingham (de 24 de maio a 13 de outubro).
Mais detalhes sobre a descoberta serão incluídos no novo livro de Donnithorne -“Leonardo da Vinci: um olhar mais atento” – a ser publicado esta sexta-feira. Clayton disse que o livro não revela nada de totalmente novo, mas é “muito mais uma acumulação gradual e penosa de muitas evidências sobre como Leonardo trabalhou como pintor“.