Impostos subiram até junho o que o Governo previa para todo o ano

O crescimento dos impostos indiretos já atingiu aquilo que o Governo delineou para todo o ano de 2022. A inflação fez disparar a cobrança de IVA.

O crescimento nominal dos impostos indiretos — como o IVA ou a tributação dos combustíveis — atingiu, em maio, aproximadamente aquilo que estava previsto no Orçamento do Estado de 2022 para todo o ano.

O crescimento dos impostos indiretos atingiu os 2,16 mil milhões de euros, 98% do aumento previsto para todo o ano. As conclusões são de um relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), citado pelo Correio da Manhã.

“Não obstante o contexto de incerteza geopolítica atual, refletindo-se no aumento muito pronunciado da inflação, esta evolução indicia uma previsão demasiado conservadora do Ministério das Finanças, para a receita fiscal indireta e para o IVA no cenário orçamental”, lê-se no relatório.

Este aumento fora do previsto é justificado pela aceleração do consumo privado no primeiro trimestre do ano, assim como pelo aumento dos preços e pela evolução desigual da atividade económica em 2021 devido à pandemia.

O relatório dá conta que o crescimento do IVA é a principal razão que justifica já quase se ter atingido o montante delineado pelo Orçamento do Estado para 2022. A cobrança de IVA cresceu 24,5% do total de 36% do incrementado registado entre janeiro e final de maio.

Segundo o relatório da UTAO, o défice global do Estado no final de maio era de 378 milhões de euros, traduzindo uma melhoria da posição orçamental em 4,6 mil milhões de euros face ao mesmo período do ano anterior.