O Senado argentino aprovou um novo imposto a aplicar às grandes fortunas do país, com o intuito de recolher fundos para ajudar a pagar os gastos extraordinários motivados pela pandemia de covid-19. A medida controversa é vista como uma vitória do “Kirchnerismo”.
Apelidada de “Contribuição Solidária e Extraordinária”, a medida recebeu 42 votos favoráveis no Senado da Argentina e 26 votos contra.
O imposto para as grandes fortunas foi uma iniciativa de Máximo Kirchner, filho dos ex-presidentes da Argentina Néstor Kirchner e Cristina Kirchner, e foi aprovado após quatro horas de debate, de acordo com o jornal La Nación.
Esta nova taxa sobre os ricos é definida pela publicação como uma vitória do “Kirchnerismo”, numa referência ao legado que as presidências do casal Kirchner deixaram no país e à influência política que ainda mantêm.
A “Contribuição Solidária” será aplicada às fortunas com património superior a 200 milhões de pesos (cerca de dois milhões de euros), com o pagamento de uma taxa progressiva de até 3,5% sobre a riqueza detida no país e de até 5,25% sobre a riqueza localizada no estrangeiro.
A medida vai afectar cerca de 9 mil pessoas, ou seja, 0,8% dos contribuintes argentinos, como repara o La Nación.
O Estado argentino conta recolher cerca de 3 mil milhões de euros que vão servir especificamente para ajudar na luta contra a pandemia de covid-19, nomeadamente para apoiar os mais pobres e as pequenas empresas.
A oposição critica a medida, considerando que é um “imposto confiscatório” que dificulta os investimentos no país.
“Não é com solidariedade forçada, sem discutir com ninguém” que se resolve a situação da pandemia, considera o senador Martín Lousteau que integrou o Governo do ex-presidente argentino Mauricio Macri.
“A solidariedade é a adesão circunstancial, mas não queremos algo circunstancial, mas permanente”, refere ainda Lousteau citado pelo La Nación.
Contudo, os defensores da medida consideram que “os sectores mais privilegiados, a quem a pandemia afectou menos”, devem “fazer uma contribuição extraordinária para o Estado porque viveram do Estado“, como salienta o senador Oscar Parrilli em declarações divulgadas pelo La Nación.
“Se há uma situação de emergência, os privilegiados, os que enriqueceram graças ao Estado de uma maneira exorbitante, que contribuam com algo”, salienta ainda Parrilli que é considerado o “homem de confiança” de Cristina Kirchner.
A Argentina contabiliza 1,4 milhões de casos de Covid-19 e regista mais de 39 mil mortes associadas à infecção.
Coronavírus / Covid-19
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Boa ideia. Podíamos fazer o mesmo em Portugal para financiar o SNS.
Sabe o que está a acontecer na Argentina? As empresas estão a fechar e a migrar para o Uruguai. A contribuição vai ser quase nula. E a economia vai pelos ares. Será isso uma boa ideia?
A economia já foi pelos ares… fique a saber que há já um par de meses que as casas de câmbio na fronteira do Uruguai não aceitam sequer pesos argentinos… nem 1 centimo daquela porcaria eles querem.
Acham mesmo que os milionários não se vão precaver?
E é este o país com maior confinamento do mundo. Agora querem impingir a conta a quem sabe bem como gerir o seu dinheiro.
Obrigado socialismo… sempre na vangarda da miséria do povo!
0.8% dos contribuintes são 9000 pessoas o que quer dizer que há total 1 125 000 contribuintes num pais com população de 45 milhões. Os numeros obviamente não batem certo. O problema de revolucionarios Venezuelanos/Cubanos/Bolivianos/Russos é sempre o mesmo: não sabem fazer cálculos mesmo ao nivel da escola primária.
O que me sempre espanta é que ninguem questiona o sucesso deste tipo de medidas confiscatórias. Não há um unico sucesso do comunismo no mundo. Porque repetir o mesmo erro ?
Os votantes deviam fazer um exame para obter o direito de voto. Se não entendem coisas simples como “não se pode gastar mais do que entra” , não deviam obter o direito de voto. Ou alternativamente podia-se por factores de peso para os votos consoante a inteligencia do votante. A ultima opção é mais fácil de implementar.