Giuseppe Lami / EPA

O presidente do Colégio de Medicina Intensiva da Ordem dos Médicos alerta que é impossível criar mais 400 camas de cuidados intensivos até 31 de março.
O Parlamento aprovou duas propostas para criar mais 400 camas de cuidados intensivos até 31 de março. No entanto, o presidente do Colégio de Medicina Intensiva da Ordem dos Médicos diz que esse aumento é impossível num prazo tão curto.
Em declarações à TSF, José Artur Paiva diz que “não é possível pois a criação do staff de intensivos demora tempo”.
“Para recursos humanos em áreas mais tecnológicas e mais diferenciadas do ponto de vista clínico não basta estalar os dedos para os criar. Há um tempo de maturação do médico e do enfermeiro de intensivos que não é, minimamente, de quatro ou seis”, explicou.
José Artur Paiva diz que o que se tem feito para dar resposta à pandemia de covid-19 em Portugal é “cessar atividades de outras áreas não prioritárias” e “integrar esses recursos (equipamentos e pessoas) nas equipas de medicina intensiva”. Todavia, alerta que não podemos chamar a essa tipologia de recursos médicos intensivistas nem enfermeiros de intensivos”.
A proposta do PEV aprovada em Parlamento prevê a criação de 400 novas camas para Unidades de Cuidados Intensivos. Por sua vez, os deputados aprovaram também a proposta do PCP para a criação de 409 novas camas de cuidados intensivos, bem como a contratação de 47 médicos, 626 enfermeiros e 198 assistentes.
Com o aumento do número de casos e internamentos em Portugal nas últimas semanas, a capacidade do Serviço Nacional de Saúde para receber pacientes nos cuidados intensivos tem vindo a aproximar-se do limite.