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Imobiliária “despachou” em dois dias 7 imóveis e 2 Porsches para fugir a penhora de 1.1 milhões

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Uma imobiliária conseguiu vender a terceiros, em apenas dois dias, sete imóveis de que era proprietária na zona de Lisboa, colocando-os a salvo de uma penhora de que foi alvo, cujo valor ascende já a 1.1 milhões de euros.

A imobiliária KSHG-Real Estate Investments, Ld.ª conseguiu fazer desaparecer dos seus activos, em tempo record, sete imóveis de que era proprietária na zona da Grande Lisboa, que se encontravam em risco de penhora, revela uma reportagem publicada na edição deste fim de semana da revista Visão.

Naquela que já é considerada como “uma operação de antologia” nos meios ligados aos agentes de execução, a imobiliária terá conseguido transaccionar para diversos titulares e sociedades sete imóveis no valor de milhões, revelou à revista um desses agentes.

“Um leigo não imagina como é difícil” conseguir concretizar uma operação desta dimensão, diz à Visão o agente em causa. Além dos imóveis transaccionados, é desconhecido o paradeiro de duas viaturas de luxo, da marca Porsche, um dos quais, de modelo Panamera, de valor superior a 100 mil euros.

A penhora pendente sobre os bens da imobiliária resulta de uma sentença da 1.ª Secção Cível da Instância Central de Lisboa, que condenou a empresa a pagar uma elevada indemnização a uma cliente de nacionalidade chinesa que adquiriu dois apartamentos no centro de Lisboa, por 510 mil euros, com o intuito de obter o “visto dourado”.

A escritura destes dois imóveis, no entanto, nunca se concretizou. O valor executado ascende agora a cerca de 1.1 milhões de euros, com juros a somarem diariamente.

Segundo a Visão, a imobiliária, propriedade de um casal de empresários de Macau e que trabalha quase exclusivamente com cidadãos chineses à procura de Visto Gold, é a mesma que em 2015, em apenas três meses, adquiriu à Parpública imóveis em Lisboa por quase dez milhões de euros “para os rentabilizar”.

Os agentes que executaram a penhora da imobiliária encontraram apenas duas contas bancárias com “valores ridículos para o tipo de empresa que é”, e uma garagem de valor patrimonial reduzido. Provavelmente uma distracção, conclui a reportagem.

ZAP //

7 Comments

  1. Se fossem só estes individuos a fazer isto!
    Quantas empresas ficam a dever a tudo e a todos, alienam património, fecham a empresa que passa a ser massa insolvente e de seguida abrem outra empresa no mesmo ramo em nome de outro individuo mas com o mesmo objecto social?
    Vergonhoso não é o que eles fazem pois é tudo legal! vergonhoso é não se alterar a lei de modo a punir severamente quem faz isto e ir atras dos bens onde eles estão. Quem compactua também é culpado.

  2. Está tudo muito certo! E o instituto da impugnação pauliana? É para inglês ver? Isso é muito fácil de resolver. Basta mover-se uma acção de impugnação pauliana e recorrer-se à teoria da árvore contaminada. Qualquer estudante de direito sabe isso… Portanto, mais estórias para encher papel!

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