Crise na Igreja inglesa: líder da igreja anglicana demite-se após escândalo

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Roger Harris / Wikimedia Commons

O Arcebispo de Canterbury, Justin Welby

Um relatório publicado esta semana concluiu que a igreja britânica encobriu abusos sexuais a crianças. Católicos sentem “profunda vergonha e tristeza”.

Ao longo de cinco décadas, em três países diferentes, o advogado John Smyth terá submetido cerca de 130 rapazes e jovens no Reino Unido e em África a diversos ataques físicos, sexuais, psicológicos e espirituais, que marcaram permanentemente as suas vidas, conta a Sky News. É conhecido como o maior violador em série da história da igreja.

O relatório concluiu que Smyth poderia ter sido levado mais cedo à justiça (só foi investigado em 2017) se Justin Welby, o Arcebispo de Canterbury, dirigente da Igreja Católica, o tivesse denunciado à polícia logo após a sua tomada de posse como arcebispo, há 11 anos, uma vez que tinha conhecimento do escândalo.

Smyth morreu aos 75 anos, na Cidade do Cabo, em 2018, quando ainda estava a ser investigado pela polícia de Hampshire.

“O Makin Review expôs a conspiração de silêncio há muito mantida sobre o abuso hediondo de John Smyth. Quando fui informado em 2013 e me disseram que a polícia tinha sido notificada, acreditei erradamente que se seguiria uma resolução adequada”, escreveu o Arcebispo na carta de demissão.

“É muito claro que tenho de assumir a responsabilidade pessoal e institucional pelo longo e traumatizante período entre 2013 e 2024″, concluiu. O Rei, governador supremo da Igreja de Inglaterra, aceitou a demissão de Welby esta terça-feira.

Joanne Grenfell, a Bispa de Stepney, disse à Sky News que sentia “profunda vergonha e tristeza” pelo historial de abusos da Igreja de Inglaterra: “É muito claro que falhámos ao permitir que os abusos acontecessem e ao permitir que fossem encobertos”. Remata: “temos e mudar”.

Welby conhecia Smyth: trabalharam juntos em campos de férias cristãos que o Arcebispo dirigia na década de 1970. Agora, o relatório escreve que não havia provas de que tivessem “mantido qualquer contacto significativo” depois disso. O Arcebispo disse que não tinha “qualquer ideia ou suspeita do abuso” antes de 2013.

Welby acabou mesmo por admitir que tinha enviado dinheiro para as missões de Smyth no Zimbabué: “muitas pessoas financiaram a sua missão”, disse, “em duas ocasiões distintas eu doei 50 ou 60 euros”, disse ao Channel 4.

Capas de jornais britânicos como o Daily Mail já se referem ao caso como “a Igreja em Crise”.

Welby não planeava a demissão, e a semana passada tinha mesmo recusado fazê-lo, mas uma petição assinada por 1500 membros do clero expulsou-o do poder.

ZAP //

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5 Comments

      • Por favor, leiam o que escrevem! Em mais duas vezes, aparecem referências erradas aos catolicos e à Igreja Católica:
        “Católicos sentem ‘profunda vergonha e tristeza'”
        “Justin Welby, o Arcebispo de Canterbury, dirigente da Igreja Católica”
        Mau trabalho!

  1. Seja padre ou pedreiro como é k estes brujeços escapam às autoridades é k me faz uma certa confusão é assim tão difícil srs polícias apanhar estes taraditos façam os vosso trabalho mas é já chega de javardice. Dá a sensação k todos sabem das situações menos a polícia e isso não é mt crível

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