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IEFP promete “futuro promissor” a desempregados como vendedores de gelados Olá

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O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) enviou cartas a desempregados aliciando-os para aceitarem um “futuro promissor” como vendedores de gelados, no âmbito da campanha “Sou Olá”, lançada pela Unilever, a empresa que detém a marca de gelados Olá.

O caso é denunciado pela investigadora Raquel Varela, durante a sua participação no programa “O último apaga a luz” da RTP3 e também numa publicação no seu perfil do Facebook, onde se insurge contra a “incompetência do Estado português face ao drama do desemprego”.

A investigadora critica o facto de o IEFP estar a financiar a campanha da empresa do grupo Jerónimo Martins, detentor do Pingo Doce.

Segundo Raquel Varela, o IEFP enviou uma “carta aos desempregados, com ou sem formação superior, a oferecer-lhes um futuro promissor como vendedores de gelados“.

A investigadora frisa que recebeu cartas de várias fontes, incluindo de funcionários do IEFP “escandalizados com o que tinham a oferecer”.

Na missiva da campanha “Sou Olá”, destaca-se, segundo Raquel Varela, como requisitos básicos dos candidatos o “espírito empreendedor, vontade de arriscar e de criar um negócio”.

IEFP financia até 7.500 euros

Nesta possibilidade de empreendedorismo, como se diz no site da campanha, é realçado que a “venda poderá ser realizada num quiosque ou em mota Piaggio, ambos fornecidos pela Olá”.

Os meios de venda são concedidos “por um período de até 6 anos (renováveis)“, acrescenta o site, onde se nota que “os participantes apenas comparticipam com 50% do valor de produção do meio e de outros equipamentos necessários, num valor aproximado de 7.500 euros“.

É neste campo do investimento que o IEFP entra, podendo ajudar os candidatos ao negócio através dos programas Investe Jovem, CPE, Microinvest ou PNM.

A empresa “explica que assim pretende contribuir para baixar o desemprego” e “repete a palavra empreendendorismo umas 20 vezes”, realça Raquel Varela – não vão os desempregados perder esta oportunidade de uma vida.

SV, ZAP

14 Comments

  1. Não acredito no trabalho do IEFP. Questiono até, a seriedade deste organismo que se apronta a “ajudar” o grupo do Jerónimo Martins a conseguir mão de obra, através de financiamento com os programas Investe Jovem, CPE, Microinvest ou PNM. Conheço pessoas que necessitavam de recorrer a estes apoios para se lançarem e esbarraram em burocracias. Aliás, sei de um caso que, por sugestão de uma técnica do IEFP, uma senhora, desempregada com três filhos, que a este organismo recorreu para iniciar um trabalho por conta própria, para além de não darem andamento ao seu projeto, ficou sem o único rendimento que tinha da Segurança Social.

  2. Não vejo onde está o problema… a sério, um desempregado que pode ter um negócio próprio, mesmo que sazonal, com uma comparticipação de 50% e entrega da totalidade das prestações de desemprego para poder investir a sua cota de 50%. Não percebo como isto pode ser ofensivo, quem quiser aceita, é simples!
    Mas os eternos insatisfeitos gostam sempre de vir contestar tudo, é impressionante como está sempre tudo mal.

    • Nada contra a iniciativa da empresa , o problema está na atitude do IEFP que apresenta um futuro risonho a vender gelados comparticipando um negócio com verbas do estado sem acautelar nenhuma formação que não seja comercial aos candidatos.
      O único bom negócio que estou a ver aqui é para o fabricante dos carrinhos , sinceramente ou alguém vende gelados em barda ou tendo em conta o actual regime de descontos para a Seg. Social dos empresários em nome individual a única coisa que estes supostos “empreendedores” vão ganhar é uma divida ao banco , à seg. social e ao fisco. Se a Olá quer vender gelado em vez de utilizar um instituto publico para financiar uma equipa de vendas faz o mesmo que as outras empresas , contrata um comercial e paga comissões de vendas.

  3. Todas as pessoas emitiram a opinião, respeitável sem duvida mas, alguém sabe em concreto o que é isto? Há muitas questões a responder meus amigos.
    Embora esta situação não seja virgem, pois as grandes empresas, nomeadamente da grande distribuição, usam e abusam de expedientes destes, isto é, vão ao IEFP buscar desempregados a preço ” de saldo “, pois quem paga a maior fatia do vencimento, durante 1 ano, é o Estado, gozam de isenções contributivas e, findo o ano, “despacham” esses e vão buscar outros nas mesmas condições, é portanto um ciclo vicioso de chulice ao Estado ( que também se põe a jeito porque lhes interessa maquilhar estatisticas) para o qual não vi a indignação da “investigadora Raquel”, nem dos supostos funcionários do IEFP, sendo que esta é pratica corrente há anos.
    Do estilo de empregos que mencionei ou desta “nova” ideia de vender geladinhos, temos aqui duas variáveis comuns que são o Estado, sempre a pagar, e as empresas sempre a sugar, ou duma maneira ou doutra, o papel destes intervenientes é sempre o mesmo, isto é, uns são chulados (Estado) porque têm interesse em baixar o desemprego e apresentar estatisticas bonitas e outros chulam (Empresas grandes) porque querem mão de obra barata e ficar bem na fotografia dizendo que “criaram” postos de trabalho, que é treta claro, pois metem mil e despedem mil logo, criação liquida de postos de trabalho é ZERO, mas pronto o “tuga” engole e a “investigadora” Raquel também.
    Não sendo um “futuro promissor” para ficar rico, pese embora sejemos um país “muy caliente”, talvez o quadro seja melhor, apesar de tudo, do que arranjar um trabalho por via do IEFP, numa dessas empresas da mão de obra barata. Estamos a avaliar isto na base do que aqui lemos e, portanto, de forma redutora mas, será que é só isto ( toma lá uma barraca ou a mota e agora vai vender gelados ) ? Penso que não.
    Os hábitos de consumo têm vindo a alterar-se, há 40 anos era impensável comer gelado no Inverno e hoje é relativamente comum e já se padronizou. Sendo a Unilever dona da “Olá”, até que ponto não poderá incluir outros produtos além dos gelados, desde chocolates “magnum” passando pelos produtos “IGLO” que se encontram agregados ao grupo e na esfera da “Olá”? Qual a margem liquida para trabalhar? Condições de pagamento? A mota está equipada como? É tipo triciclo com caixa de carga de frio, ou só tem maleta para “conservar” o frio? Há exclusividade de zona ou é “tudo ao molho e fé em Deus” ? O target (mercado alvo) é o doméstico direto ou também abrange a possibilidade de comercializar produtos no comércio tradicional ( canal horeca por exemplo) , mercearias, etc, da zona atribuída ? Facultam materiais promocionais ou é o próprio que os paga? Sendo aquele o negócio principal (core business) , poderá a pessoa vender outros produtos que não concorram diretamente com o portfólio acordado por exemplo ( no caso da “barraca”) servir café, vender jornais, etc? Fica-se sujeito ao pagamento de “royalties” ou de qualquer outra taxa de utilização de insignia? Feito o investimento dos 7500€, se o negócio não florescer, a mota e a barraca têm de ser devolvidos ?(esta pergunta parece manhosa mas não é, faz sentido, porque a pessoa fica obrigada a devolver o incentivo ao IEFP caso “feche portas” antes de tres anos, ora, se o negócio falhar ao fim de um ano a mota está paga porque a pessoa devolve a totalidade dos 7500€, faço-me entender? Talvez não mas, adiante), enfim, é como digo, antes de dizermos mal o melhor mesmo é obter esclarecimentos e, tomar a decisão. Se calhar esta até uma boa oportunidade, indo á luta, de sacar um ordenadito porreiro, de qualquer forma, com empresas grandes aconselha-se “olho vivo e pé ligeiro”.

  4. É um negócio interessante pelo seguinte;
    Além de terem a própria empresa,… ajudam a OLA, os fabricantes de carrinhos, a piaggio, os fornecedores da matéria prima,… além disso ainda baixam as estatísticas de desemprego, entram receitas para a seg. social, para as finanças, para o seguro de trabalho, entre outras coisas… até o novo imposto sobre os doces deve entrar…!

  5. Falta assinalar que o IEFP considera a empresa OLÁ como sazonal, permitindo assim contratos a prazo de 7 a 9 meses por ano, dos mesmos trabalhadores, há décadas, assumindo o restante tempo como desempregados a quem paga o respectivo subsídio. Salvo as devidas diferenças, é assim como o caso dos professores, fazem contratos a prazo, por vezes para a mesma escola, durante diversos anos, nunca passado aos quadros, mas que o estado se beneficie a si próprio, apesar de não concordar, é compreensível, agora já não o é quando beneficia empresas privadas. Se o IEFP se livra de um desempregado entregando-lhe o subsídio por completo tem vantagens pois, para além de se livrar de um desempregado, esse empreendimento também tem as suas regras e, basta o beneficiário ter uma pequena falha para ficar a perder, e muito. Esta “ajuda” à criação do próprio emprego já existe há muitos anos, não é novidade a não ser pelo pacote criado, do tipo “franchising”, onde já vem incluído a mota, o carrinho, o contrato de distribuição, etc., só não sei quem ganha mais com isso, se o criador do próprio emprego se aqueles que vendem o “pacote de ferramentas”, moto incluída, ou a própria OLÁ que garante uma rede de distribuição alargada à custa do IEFP.

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