Um telégrafo sem fios, muitas vezes chamado de “voz do Titanic” pelo seu papel no envio de mensagens de socorro na fatídica noite de 1912, que o navio atingiu um icebergue, poderá ser recuperado.
Apesar do anúncio da possível recuperação da “voz” do Titanic, nem toda a gente ficou feliz e os especialistas dizem-se mesmo chocados com as críticas e as manifestações de desprezo.
O oceanógrafo David Gallo, da empresa RMS Titanic Inc, disse, de acordo com o LiveScience, que a proposta era uma tentativa de salvar o artefacto icónico antes que se perdesse para sempre. A empresa esperava alguma oposição ao seu plano de recuperação, mas não estava preparada pela “ultrajante” e desinformada reação negativa.
“Fui chamado de caçador de tesouros ganancioso, ladrão de túmulos”, disse Gallo. “Acho essas acusações pessoalmente ofensivas”.
Considerado o navio mais luxuoso e seguro do mundo, o Titanic naufragou na madrugada de 15 de abril de 1912, depois de colidir com um icebergue. A embarcação fazia a sua viagem inaugural, depois de partir de Southampton, em Inglaterra, com destino a Nova Iorque, nos Estados Unidos.
O telégrafo sem fios Marconi enviou chamadas de socorro frenéticas nas noites de 14 e 15 de abril de 1912, depois de o navio começar a afundar. Apenas cerca de 700 das mais de 2.300 pessoas a bordo sobreviveram.
O vídeo subaquático feito no ano passado mostrou que o “Marconi Room” no convés do Titanic está muito corroído pela ferrugem e a colapsar, por isso a máquina pode ser irrecuperável em breve.
A RMS Titanic Inc. foi estabelecida num tribunal federal dos Estados Unidos em 1994 como o salvador oficial dos destroços do Titanic e o administrador de artefactos recuperados. No entanto, o tribunal ordenou em 2000 que nada deveria ser cortado ou libertado dos destroços.
A empresa propôs que uma expedição aos destroços no final deste ano poderia usar robôs subaquáticos para libertar o telégrafo. O uso de robôs subaquáticos para libertar e recuperar a máquina telegráfica custaria entre cinco e sete milhões de dólares.
Porém, a sua tentativa de obter aprovação de um tribunal federal foi contestada pelos governos dos Estados Unidos e do Reino Unido, que afirmam que o naufrágio do Titanic agora está protegido por um acordo entre os dois países, de acordo com a CNN.
A empresa pediu ao tribunal que modifique essa ordem e a juíza distrital dos EUA, Rebecca Beach Smith, pediu tempo para considerar a proposta, devendo tomar essa decisão nas próximas semanas.
Os cientistas já observaram que o naufrágio está a deteriorar-se rapidamente devido à ferrugem e à atividade de microorganismos do fundo do mar. Alguns acreditam mesmo que o Titanic pode desaparecer completamente em alguns anos.