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IBM criou o primeiro computador quântico para empresas

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IBM

O Q System One da IBM – ainda um dispositivo experimental.

A empresa norte-americana IBM apresentou, na passada terça-feira, o primeiro computador quântico direcionado para empresas, considerando-se este o passo inicial para uma ampla revolução nesta área.

Se durante muitos anos os computadores quânticos estiveram dentro dos limites dos laboratórios de pesquisa, com o lançamento IBM Q System One essa realidade começa a ser alterada.

Segundo um artigo do Science Alert, a computação quântica é considerada “uma das mais promissoras tecnologias de estágio inicial existentes hoje em dia”, tendo capacidade para simplificar sistemas aeroespaciais e militares, calcular fatores de risco para melhores investimentos ou, até, encontrar uma cura para o cancro e outras doenças.

Enquanto os computadores atuais armazenam dados em binário (criando cadeias com zeros e uns que representam números ou letras), os computadores quânticos são “muito mais poderosos”, pois permitem armazenar esses dados através de qubits (bits quântico), possibilitando a existência simultânea de zeros e uns.

Essa competência leva a que os computadores quânticos possam fazer um maior número de cálculos ao mesmo tempo, “tornando-os suficientemente poderosos para tarefas incrivelmente complicadas”, como a descoberta de drogas, a análise intensiva de dados e, até mesmo, a criação de códigos inquebráveis.

O dispositivo experimental IBM Q System One encontra-se fechado numa caixa de vidro de nove metros de altura e cerca de três metros de largura e é mantido numa temperatura abaixo do ponto de congelamento, num ambiente predominantemente livre de vibração e de radiação eletromagnética.

Este revestimento e o ambiente hermético são necessários para que o mesmo não perca as suas propriedades de computação quântica, sendo essa “fragilidade relativa” a razão pela qual não será possível instalar um IBM Q System One nos computadores dos escritórios.

Apesar dos avanços, a Science Alert indica que a tecnologia está longe de ficar pronta e disponível para implementação em massa. “Embora seja definitivamente um grande passo, está muito longe de ser algo que se possa receber” num futuro próximo, frisa.

“Os dados serão o recurso natural mais valioso do mundo”, disse a administradora executiva da IBM, Ginni Rometty, durante o Consumer Electronics Show, em Las Vegas (Estados Unidos), onde o IBM Q System One foi revelado.

Por sua vez, em comunicado, o vice-presidente sénior da Hybrid Cloud e diretor da IBM Research, Arvind Krishna, enalteceu o avanço conseguido, afirmando que o IBM Q System One “é fundamental para expandir a computação quântica para além das paredes dos laboratórios de pesquisa”.

Ainda este ano, a IBM abrirá o primeiro Centro de Computação Quântica IBM Q para clientes comerciais, em Poughkeepsie, Nova Iorque. Nesse laboratório, será possível testar os sistemas de computação quântica baseados na ‘cloud’ da IBM, bem como outros sistemas de alto desempenho.

Mas esta não é a única empresa a trabalhar em computação quântica. A Google está a pesquisar formas de tornar os computadores quânticos mais estáveis ​​e mais capazes de localizar e corrigir erros, tendo criado e testado, ao mesmo tempo que busca desenvolver a tecnologia, processadores qubit.

A Microsoft, por seu turno, está a criar computadores quânticos híbridos, que combinam a nova tecnologia com processadores mais convencionais, enquanto a Intel tem apostado em chips de computação quântica.

Taísa Pagno , ZAP // Science Alert

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