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Humberto e David Pedrosa deixam administração da TAP

Humberto e David Pedrosa apresentaram na quarta-feira a renúncia aos cargos de presidente e vogal, respetivamente, na TAP e nas demais sociedades do Grupo TAP onde exercem funções de administração, foi esta quinta-feira anunciado.

Numa nota publicada esta quinta-feira na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a TAP adianta que o motivo das renúncias prende-se com eventuais implicações, em avaliação, nas atividades desenvolvidas pelo Grupo Barraqueiro, da prevista reorganização da participação acionista na TAP, SGPS do Estado Português.

O acionista único da TAP, a TAP SGPS, elegeu José Manuel Silva Rodrigues e Alexandra Vieira Reis para as funções de Vogal do Conselho de Administração da TAP, em ambos os casos para o período remanescente do mandato em curso (triénio 2018-2020). Alexandra Margarida Vieira Reis assumirá também as funções de Vogal da Comissão Executiva da TAP.

Relativamente à TAP, SGPS e às sociedades por esta maioritariamente participadas, Humberto e David Pedrosa foram também substituídos, respetivamente, por José Manuel Silva Rodrigues e Alexandra Margarida Vieira Reis.

“O Senhor David Humberto Canas Pedrosa continuará a colaborar com a TAP, em concreto no processo de reestruturação, mantendo o Grupo Barraqueiro o seu compromisso com o Grupo TAP enquanto seu acionista de referência”, é referido na nota.

Governo contrata Korn Ferry para escolher CEO

O jornal ECO adianta esta quinta-feira que o Governo escolheu a empresa Korn Ferry para selecionar um CEO para a TAP e tem 45 dias para o fazer.

Quando o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, anunciou o acordo para a compra da posição de David Neeleman na TAP, revelou que Antonoaldo Neves não continuaria como CEO. “Não podemos ficar restringidos a Portugal. Se queremos gestores qualificados e com competência, temos de ir ao mercado, que é onde eles estão a trabalhar num setor muito global e específico, e temos de estar dispostos a pagar aquilo que custa um gestor qualificado”, disse Pedro Nuno Santos, na altura. “O mais caro é termos um gestor sem competências”.

Aí ficou a saber-se que seria nomeado um gestor com caráter interino, que teria de trabalhar com o chairman da TAP, Miguel Frasquilho, no plano de reestruturação da companhia, a entregar a Bruxelas até ao final do ano.

Ramiro Sequeira era Chief Operating Officer (COO) da companhia desde 2018 e foi o escolhido para ser, transitoriamente, presidente da TAP. Segundo o ECO, ele próprio pode vir a ser o escolhido pela Korn Ferry.

O processo de seleção vai começar neste início de outubro e deverá estar concluído em meados de novembro. Neste calendário, a TAP vai ter de apresentar o seu plano de reestruturação.

Devido à pandemia, a companhia aérea portuguesa registou prejuízos de 582 milhões de euros no primeiro semestre do ano e adotou uma estratégia de combate à crise focada em cortar custos e travar a fundo nos investimentos.

Depois de várias rondas negociais, TAP e Estado chegaram a acordo e teve o caminho livre para a compra das participações sociais, direitos económicos e prestações acessórias de David Neeleman e da Azul, pagando 55 milhões de euros. Humberto Pedrosa mantém-se na companhia, com 22,5%. O negócio concretiza a posição de 72,5% do Estado na TAP.

ZAP // Lusa

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