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Huawei lança telemóvel sem aplicações do Google e Facebook

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Rungroj Yongrit / EPA

Os novos telemóveis topo de gama da Huawei vão chegar ao mercado sem aplicações do Google pré-instaladas. O Mate 30 e o Mate 30 Pro terão um sistema Android, mas virão sem serviços como o navegador Chrome, os Google Maps, e o Gmail – e sem acesso à loja do Google para os instalar.

O Facebook, Messenger e Instagram também não virão incluídos, tornando os novos modelos pouco apelativos para consumidores nos mercados ocidentais e representando o primeiro grande impacto das sanções dos EUA na empresa chinesa.

Os novos Mate 30 virão todos com o novo processador Kirin 990, que permitirá descarregar vídeos e aplicações mais rapidamente, e quatro câmaras traseiras cada. Os preços irão variar entre os cerca de 800 e os 2100 euros.

Os aparelhos não têm qualquer botão para desligar. Em vez disso, os telemóveis virão com um ecrã que está sempre ligado e que mostra as horas ou um protector de ecrã personalizado, quando não está a ser utilizado. Não será preciso deslizar diretamente o dedo no ecrã para fazer scroll – basta fazer o movimento no ar.

Em vez do ecrã do telemóvel rodar automaticamente, consoante a posição do aparelho, os novos Mate 30 usam inteligência artificial para acompanhar o olhar dos donos e perceber se estão a olhar para o telemóvel na vertical ou na horizontal.

Outros elementos destacados foram a capacidade de carregamento sem fios, a capacidade de carregar outros telemóveis e um modo nocturno. Foi também apresentado um novo relógio inteligente da Huawei, o Huawei Watch GT, com um preço a começar nos 299 euros.

Os aparelhos foram apresentados esta quinta-feira em Munique, de acordo com o Público. Os futuros utilizadores terão a oportunidade de instalar aplicações que necessitem na própria loja de aplicações da Huawei, a App Gallery. A empresa está a disponibilizar um fundo de mil milhões de dólares (mais de 903 milhões de euros) para incentivar programadores a criarem novas aplicações para o sistema.

A iniciativa faz parte de uma estratégia para mitigar o impacto da falta de aplicações norte-americanas nos novos aparelhos da marca. Este ano, a Huawei viu-se no meio de uma disputa comercial entre os EUA e China quando a administração do presidente norte-americano Donald Trump incluiu a empresa chinesa numa “lista negra” de entidades às quais as empresas americanas não podem fornecer serviços ou produtos.

“As sanções dos EUA impedem-nos de usar os serviços móveis do Google, obrigando-nos a usar apenas o núcleo de serviços da Huawei”, admitiu Richard Yu, director executivo para a área de consumo da empresa chinesa, ao subir em palco em Munique.

Yu esperou duas horas antes de abordar a questão do conflito económico entre a China e os EUA. “Por isso, vamos disponibilizar um kit para ajudar programadores de aplicações a criar melhores aplicações para os serviços de telemóvel da Huawei”, disse Yu. “E vamos disponibilizar um programa de incentivos.”

O bloqueio do Google leva novos aparelhos da Huawei a ficarem barrados da loja de aplicações do Google e das atualizações do sistema operativo Android, que o Google desenvolve. Como alternativa, a Huawei está a optar por utilizar uma versão em código aberto do sistema, que está disponível para qualquer pessoa ou empresa, com a esperança de que o recurso a incentivos financeiros motive programadores a desenvolverem aplicações compatíveis com o EMUI 10, a versão do Android da Huawei.

Se o programa não tiver adesão, a falta de acesso a aplicações populares, como o Instagram, Facebook, WhatsApp, Google Maps, não é um bom presságio para a empresa.

Em 2017, a Microsoft desistiu de desenvolver o seu sistema operativo para telemóveis, o Windows Phone, devido à falta de oferta de aplicações para a plataforma. Lançado em 2010, o sistema da Microsoft chegou tarde demais, com o Android e o iOS a dominar o mercado.

Até novembro, estão em vigor algumas excepções às sanções americanas. A justificação é que as empresas de telecomunicações norte-americanas precisam de tempo extra para poderem funcionar sem a tecnológica chinesa. Mas estas excepções apenas dizem respeito a produtos que já estão no mercado.

Os telemóveis da Huawei têm vindo a conquistar consumidores. Nos últimos anos, a Huawei é das marca que mais tem crescido, tendo substituído a Apple no segundo lugar do pódio do maior número de telemóveis vendidos. A sul-coreana Samsung continua na frente.

No começo da apresentação desta quinta-feira, Richard Yu anunciou que as vendas de smartphones da empresa aumentaram 26% entre janeiro e agosto deste ano, face aos mesmos meses do ano passado. A Europa é um dos mercados onde a marca tem tido sucesso a vender aparelhos topo de gama, particularmente da série Mate e da série P.

Em 2018, a fabricante enviou 26,3 milhões de smartphones para a região, de acordo com dados da analista IHS Markit. Nesse ano, a receita total da empresa atingiu os 105 mil milhões, representando um aumento anual de 20%.

ZAP //

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6 Comments

  1. serão portanto spyphones muito mais interessantes….

    depois é usar o fdroid e aptoide e siga!

    de preferência se derem para colocar uma rom de jeito.

      • Por acaso não o fazem a não ser por ordem do tribunal. Se há coisa que a Apple tem muita preocupação é com a privacidade dos seus clientes. É bem conhecido o caso do tiroteio de São Bernardino, CA, em que o FBI queria que a Apple disponibilizasse uma backdoor para entrar no iPhone do criminoso e a Apple recusou. Ou o caso em que ameaçou retirar a Uber da App Store por esta ter desenvolvido um mecanismo que a Apple entendeu invadir a privacidade dos clientes em violação dos termos da App Store.

        • Meu caro: conhece o adágio popular “públicas virtudes, vícios privados”? Assenta aqui, Apple incluída, que nem uma luva. Mais não posso escrever. Abraço.

  2. Vou já substituir o meu iphone.
    Já não há paciencia para a inteligencia artificial presente no facebook nem para as pseudo-beldades do instagram…

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