Foi construído um hotel na estrada marginal, na Parede, e há “zonas muito escuras” neste negócio. Foi apresentada queixa.
A Câmara Municipal de Cascais está a ser investigada pelo Ministério Público.
Na origem do processo está uma queixa-crime contra vários dirigentes políticos da autarquia, incluindo o presidente Carlos Carreiras e o vice-presidente Miguel Pinto Luz.
A associação SOS Quinta dos Ingleses apresentou a queixa por causa da construção do novo hotel Hilton na estrada marginal, na Parede.
O hotel está a ser construído a poucos metros da costa, numa zona de risco de inundações; e ficará mais alto do que os edifícios vizinhos.
Pedro Jordão, presidente da associação ambientalista, fala na RTP sobre “zonas muito escuras” neste negócio. E questiona a sua legalidade.
A Câmara Municipal de Cascais vendeu 823 m2 por quase 313 mil euros – isto numa das zonas mais caras da linha de Cascais.
“Em 2020 o preço para terreno de construção para habitação superava os 3 mil euros aqui nesta zona; e actualmente supera os 1.600 euros”, alega Pedro Jordão.
O alvará para construção de um hotel naquela zona foi assinado sete meses antes da venda do terreno.
Além disso, lembra a SOS Quinta dos Ingleses, o Programa da Orla Costeira estabelece “limitações muito fortes nesta zona, impedindo a construção até aos 500m2 e até aos 1000m2″ – e isso está “claramente a ser violado” por uma construção “totalmente desfasada das restantes”.
O vice-presidente Miguel Pinto Luz, numa conferência de imprensa nesta quarta-feira, reagiu em poucas palavras: “Desconheço em absoluto, não sei a que é que se refere“.