Mário Cruz / Lusa
Hospital de Santa Maria, Lisboa
Administração do hospital anunciou que só pode haver transferência em gravidez de baixo risco. Três dias depois, fez-se o contrário.
O Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte anunciou no domingo passado que só podiam ser transferidas, do Hospital de Santa Maria para hospitais privados, casos de gravidez de baixo risco.
Esta excepção aplica-se porque os médicos de urgência de obstetrícia e ginecologia não estão disponíveis para prolongar o trabalho extraordinário.
O ministro da Saúde reforçou que só mulheres com gravidez de baixo risco deveriam ser encaminhadas.
Três dias depois, fez-se o contrário, informa o jornal Público.
Nesta quarta-feira foi transferida para o CUF uma mulher grávida com diabetes gestacional – factor que é sinónimo de gravidez de risco.
E, do interior do hospital, chega outra indicação: o director do serviço de obstetrícia disse que podem ser transferidas para os privados as grávidas com diabetes gestacional controlados. Uma indicação apenas verbal, sem registo escrito.
A administração do hospital recusou esclarecer estas indicações porque “não fornece dados de casos individuais”, mas garantiu que foram sempre cumpridos os “requisitos clínicos e de segurança”.
Do lado da CUF, do hospital CUF Descobertas, também em Lisboa, já chegou uma comunicação de duas obstetras: estão realmente a chegar grávidas provenientes do Hospital de Santa Maria.
A SIC revelou que as obstetras consideram que não estão cumpridos os “mínimos exigidos de boas práticas/segurança clínica” – porque só havia duas obstretras especialistas na urgência da CUF, além de um interno.
