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Há hospitais em “estado de calamidade” por todo o país

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Giuseppe Lami / EPA

Os presidentes das secções regionais da Ordem dos Médicos consideram que a situação que o SNS ultrapassa atualmente não é nova e que é culpa da “ausência de liderança por parte da tutela”.

A situação de falta de médicos replica-se um pouco por todo o país. Depois da demissão em bloco de médicos no Hospital de Setúbal, a equipa da Urgência de Psiquiatria do Porto também bateu com a porta.

E no Hospital de Leiria vive-se uma “situação dramática” quando os milhões anunciados para o SNS, através do Orçamento do Estado, são insuficientes para resolver todos os problemas.

A Ordem dos Médicos também apontou problemas “graves” no hospital de Vila Franca de Xira, que incluem a abertura de ala de internamento na garagem, a falta de médicos e a reposição de stock.

Nos últimos três fins de semana, várias maternidades da região da Grande Lisboa entraram em regime de contingência por falta de profissionais. Nos dois hospitais do Algarve, Faro e Portimão, a escala da urgência de pediatria para outubro só está assegurada por dois médicos, escreve o Diário de Notícias.

Os hospitais também temem “uma enorme sobrecarga” nos próximos meses, principalmente devido ao elevado número de pacientes não urgentes que tem acorrido às urgências.

“Há serviços que estão a desaparecer desta unidade por falta de médicos. É uma situação muito difícil. Todos os hospitais têm as suas dificuldades, mas uns mais do que outros. E este não tem tido apoio da tutela porque a situação é de há muito tempo”, diz o presidente da Secção Regional do Centro, Carlos Cortes. “O hospital de Castelo Branco e o de Aveiro também estão com situações preocupantes”.

Por sua vez, o presidente da Secção Regional do Norte, António Araújo, destaca as dificuldades sentidas no hospital de Penafiel, que desde que abriu está subdimensionado para a população que serve — e admite que “se continuar assim teremos de intervir”.

Em Bragança, a falta de médicos já era um problema, mas está perto de piorar, quando “daqui a dois ou três anos se reformarem os colegas que lá estão”.

Os presidentes das secções regionais da Ordem dos Médicos consideram, por isto, que “o cenário que hoje se vive nas unidades do Serviço Nacional de Saúde não é novo” e que os “hospitais ou o SNS — fazendo alusão a declarações da ministra Marta Temido na semana passada — não entraram em rutura por coincidência ou porque se está a discutir o Orçamento do Estado”.

Mas então o que é que deixou o SNS neste estado? Ao DN, os dirigentes apontam a falta de profissionais, os baixos salários, a ausência de condições de trabalho e de projetos, e administrações ineficientes, a juntar “à ausência de liderança por parte da tutela”.

Os responsáveis argumentam ainda que a situação do SNS tornou-se “um ciclo vicioso” para o qual “não tem havido vontade política para resolver”.

Daniel Costa, ZAP //

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5 Comments

  1. É estranho que Portugal tenha um rácio de médicos por população superior a muitos países europeus mas na pratica é esta vergonha. Também é estranho que os responsáveis argumentem que a situação do SNS tornou-se “um ciclo vicioso” para o qual “não tem havido vontade política para resolver”, e sempre que se tente resolver os mesmos responsáveis vêm logo contestar a não ser que haja um bom incentivo monetário.

  2. Ponham as máscaras e deixem-se de conversas! porque são as máscaras, que são necessárias! só não vê isso quem for parvo! Não culpem os médicos, que têm mais que fazer, do que aturar parvoíces! ou andamos todos a fingir que somos espertos, à espera que nos digam de quantas vacinas temos que apanhar?

  3. Não, não, amigo. Os casos são residuais, morrem menos pessoas; de vez em quando, aumentam e, dois minutos depois, baixam os internamentos… MAS, está a aumentar a TRANSMISSIBILIDADE.
    E andamos nisto. Olhe que em muitos sítios parece que o vírus não ataca. Vejo noventa por cento de pessoas sem a proteção facial, mesmo em ajuntamentos. Perfeito. A DGS há de ter responsabilidade se alguma coisa menos boa acontecer nos próximos dias.

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