O banqueiro António Horta Osório quer comprar o grupo Altice Portugal, dono da MEO, e recuperar a marca Portugal Telecom numa parceria com um fundo norte-americano. Os trabalhadores estão preocupados porque “os fundos só pensam no lucro”.
Horta Osório, banqueiro português que foi condecorado pela Rainha Isabel II em 2021, pelo seu trabalho de uma década à frente do Lloyds Banking Group, conquistando o título de “Sir”, associou-se ao fundo norte-americano Warburg Pincus para comprar a Altice Portugal.
A intenção do banqueiro é recuperar a matriz portuguesa do grupo através do regresso da marca e do nome Portugal Telecom, segundo adianta o Expresso.
Já o Warburg Pincus tem interesse em ficar com o Data Center da Covilhã que está à venda, de acordo com o mesmo semanário.
O objectivo do fundo é aprofundar a aposta na Altice Labs, a antiga PT Inovação, para reforçar as exportações da empresa portuguesa, ainda segundo o jornal.
Em cima da mesa estará uma oferta de mais de seis mil milhões de euros, mas o valor estará um pouco aquém do que o accionista maioritário do grupo Altice, Patrick Drahi, desejará receber, segundo o Jornal de Negócios.
O multimilionário franco-israelita tem dívidas de cerca de 60 mil milhões de euros.
Sauditas também estão na corrida
Há vários interessados na compra da Altice Portugal, incluindo a Saudi Telecom que é maioritariamente detida pelo fundo soberano da Arábia Saudita, e que poderá avançar com uma proposta entre 7 mil milhões a 9,5 mil milhões de euros.
A oferta de Horta Osório, de 58 anos, e do Warburg Pincus fica abaixo dos valores que os sauditas podem oferecer. Mas a ideia de deixar a MEO nas mãos de sauditas é vista como preocupante por alguns especialistas de telecomunicações.
O Governo português já anunciou que está atento à situação.
Esse factor pode acabar por beneficiar os interesses de Horta Osório que se viu obrigado a deixar a presidência do Grupo Credit Suisse em Janeiro de 2022, após ter quebrado as regras anti-covid-19.
O banqueiro é, actualmente, administrador não executivo em várias empresas, nomeadamente a Impresa, dona do Expresso e da SIC, e a farmacêutica Bial, além de estar ligado à Fundação Champalimaud.
Trabalhadores sem “ilusões” temem o futuro
Os trabalhadores revelam alguma preocupação com a situação da Altice Portugal, nomeadamente relativamente ao perfil dos interessados na compra.
“Os fundos não têm uma estratégia para as telecom. Era preferível [a venda] a uma empresa com matriz de telecomunicações”, entende o coordenador da Comissão de Trabalhadores da MEO, Jorge Pinto, em declarações ao Jornal de Negócios.
“Sabemos que os fundos só pensam no lucro“, acrescenta o presidente do Sindicato que representa os trabalhadores da Altice Portugal, Jorge Félix, no mesmo diário. “Não temos ilusões, a ser vendida, será sempre preferível que seja a empresários portugueses“, conclui Félix.
Uma empresa sem lucro não é uma empresa.
Esta gente não se toca!
É…
Se os trabalhadores trabalhassem os” fundos” não os despediam.
É quase como os da Farfech.
Queixam-se de terem estado um par de anos a ganhar ao triplo da média sem fazer nenhum,
A Portugal Telecom é um empresa extraordinária e tem uma capacidade para gerar lucros enorme.
De facto a empresa é tão rentável que os gestores se dedicam a montar esquemas para drenar os lucros para seu proveito pessoal.
Que outra empresa poderia sobreviver à perda de 900 milhões (roubados pelo Salgado) e continuar à tona?
Trabalhei de 2008 a 2015 para o grupo PT e observei vários esquemas de subcontratação ruinosos para a empresa em que até meros chefes de departamento se beneficiavam.
É corrupção a todos os níveis.
É uma pena, pois é também uma grande empresa escola e bastante inovadora (até foi na TMN que se inventaram os contractos de comuniçações móveis pré-pagos, o MIMO).