Jantar às 10h da manhã. O nosso ritmo de refeições já foi (muito) diferente

Quem come duas ou três vezes por dia deve ouvir muitas críticas. Mas, noutros tempos, essa era a rotina real – e Real.

É uma questão eterna: quantas vezes devemos comer por dia?

Claro que isso depende muito da rotina e do sistema de cada pessoa, mas a Associação Portuguesa de Nutrição avisa que um dos erros alimentares mais frequentes é a diminuição do número de refeições que se faz por dia.

O ideal é realizar entre 5 a 6 refeições diárias, distribuídas ao longo do dia.
Com aquela regra que a maioria conhece: não ficar mais de 3h30m seguidas sem comer.

Há uma explicação científica para isto: a a capacidade de regulação dos mecanismos fisiológicos que controlam o apetite. Várias refeições por dia ajudam nesse aspecto.

A regra das 3h30m permite uma distribuição mais equilibrada dos alimentos ao longo das horas em que estamos acordados. Não concentramos uma grande quantidade de alimentos e calorias em apenas 2 ou 3 refeições.

Há estudos que evidenciam que a ingestão de uma grande quantidade de
alimentos concentrada em 2 a 3 refeições por dia pode induzir a situações de excesso de peso.

Mas houve tempos em que era mesmo assim. Só 2 refeições por dia.

As horas, a quantidade e a rotina das refeições já foram alteradas muitas vezes, só ao longo dos últimos séculos.

Num programa partilhado pela RTP, lembra-se que na Idade Média a rotina real (e Real) era outra.

O Rei Carlos V, de França, acordava às 6h da manhã e jantava às… 10h da manhã. Era essa, e a essa hora, primeira refeição a sério do dia. Depois ceava às 18h. Duas refeições por dia. Pelo menos refeições “a sério”, dizia-se.

Também se dizia na altura que “jantar às 10h e cear às 18h ajuda a viver até aos 99 anos”. O Rei Carlos V morreu aos 42 anos.

Também em França (o programa televisivo original é francês), mas três séculos depois, o Rei Luís XIV acordava às 8h30, jantava às 13h e ceava às
22h, deitando-se à meia-noite.

Já os camponeses tinham outra rotina: acordar antes do nascer-do-sol, horas e horas a trabalhar sem comer e, depois, pequeno-almoço, que se chamava almoço e que se baseava num pão ou um pouco de queijo; às 12h o jantar (uma sopa ou papas) pão de tarde, e cear ao pôr-do-sol (uma sopa outra vez).

ZAP //

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