Reformado que criticou deputado do PSD condenado a pagar 4.200 euros

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Um septuagenário residente em Coimbra vai ter de pagar 4.200 euros por um crime de difamação contra o deputado do PSD Carlos Peixoto, segundo um acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra (TRC).

O arguido, de 72 anos, tinha sido condenado pelo Tribunal de Gouveia ao pagamento de 1.200 euros de multa, além de uma indemnização de três mil euros ao deputado social-democrata, mas recorreu para o TRC que confirmou agora a decisão.

Em causa está uma carta aberta escrita pelo septuagenário, reformado, em resposta a um artigo de opinião do parlamentar, no qual este se referia ao envelhecimento da população portuguesa como a “peste grisalha“.

Na missiva, o arguido dá a entender que Carlos Peixoto tem aversão aos idosos e usa expressões que, segundo os juízes desembargadores, são “insultuosas e suscetíveis de abalar a honra e a consideração pessoal, política e familiar do assistente”.

Para os juízes desembargadores, a carta aberta, que foi publicada num jornal local em 2013, “nada tem que ver com o confronto de ideias e apenas pretende rebaixar o assistente”.

“O arguido pode não gostar do artigo de opinião escrito pelo assistente e tem o direito de o criticar e atacá-lo de forma contundente. Porém, o direito da liberdade de expressão tem limites”, refere o acórdão, datado de 12 de outubro e a que a Lusa teve acesso.

A carta aberta dirigida ao parlamentar eleito pelo distrito da Guarda começa com uma citação de Oscar Wilde: “Os loucos por vezes curam-se, os imbecis nunca“.

“A dimensão do nome que o titula como cidadão deve ser inversamente proporcional à inteligência – se ela existe – que o faz blaterar descarada e ostensivamente composições sonoras que irritam os tímpanos do mais recatado português”, lê-se num excerto da carta escrita pelo arguido.

/Lusa

2 Comments

  1. Concordo.
    Até porque não descubro no articulado na lei exatamente onde estão precisamente os limites da liberdade de expressão. A impressão com que se fica é que dependem de quem se gosta mais quando se traçam (na hora) os limites.
    Difamar consiste em ? dizer que fulano fez o que não fez? Dizer que Disse o que não disse? Dizer que Pensou o que não pensou? Chamar nomes é difamar ou insultar? Dizer que é pequeno (ou estúpido) quando se tem 2metros de altura (ou uma agenda-tarefa a cumprir) é insultar ou ser impreciso?
    Como se calcula uma coima a aplicar? porque não 100 vezes mais? Porquê incentivar o silêncio enraivecido? A alternativa é menos palavras e mais atos. Ser velho mas relativamente tem essa possível vantagem; já se viveu e ainda não se é inválido.

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