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Na Holanda, os ciclistas que usarem telemóvel vão ser multados. São quase 100 euros

Os ciclistas holandeses vão passar a ser multados a partir de segunda-feira em 95 euros se utilizarem o telemóvel enquanto andam de bicicleta, anunciou nesta sexta-feira o governo, que procura reduzir o número crescente de acidentes.

Num país onde existem mais bicicletas do que habitantes, não é estranho ver ciclistas colados ao ecrã do smartphone. A fim de conter essa tendência, a Holanda estendeu a lei que proíbe o uso de telemóveis sem um kit adequado num veículo em movimento, que até agora era aplicado apenas a motoristas e automobilistas.

“O meu apelo a todos os ciclistas é claro: mantenham o telemóvel no bolso e poupem 95 euros”, disse a ministra holandesa das Infraestruturas, Cora van Nieuwenhuizen.

Além dos telemóveis, a proibição aplica-se também a tablets, players de música e câmeras. No entanto, o uso desses dispositivos eletrónicos num sinal vermelho é legal, sendo que a lei só se aplica somente quando é usado em andamento.

As multas para os ciclistas serão mais baratas do que as reservadas a motoristas e motociclistas, que podem ser autuados num valor máximo de 240 euros.

A organização holandesa para a segurança rodoviária (SWOV) acredita que o uso de telemóveis na bicicleta é um perigo crescente, apesar da existência de uma infraestrutura muito boa para os ciclistas. Segundo a organização, os smartphones estão envolvidos em um em cada cinco acidentes envolvendo jovens em bicicletas.

A publicação do projeto foi recebida com emoção por parentes de vítimas de acidentes de bicicleta na Holanda, onde o ciclismo é um modo de vida: o país tem quase 23 milhões de bicicletas para 17 milhões de habitantes, de acordo com a associação BOVAG.

Michael Kulkens, cujo filho de 13 anos, Tommy-Boy, morreu em um acidente de bicicleta em 2015, enquanto usava o telefone, fazia campanha pela proibição há muito tempo.

Após o anúncio do governo, ele partilhou o seu alívio. “Dentro de mim, posso dizer: ‘Nós fizemos isso, Tommy-Boy, nós fizemos isso”, explicou à imprensa holandesa.

// Lusa

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