Já se cruzou com um livro “abandonado” na rua? É para levá-lo para casa

Sara Barros Leitão / Facebook

Sara Barros Leitão lidera um clube de livro que faz algo peculiar: espalhar livros pelas cidades. A próxima sessão do Heróides é neste sábado.

Sara Barros Leitão. Quem está atento aos palcos portugueses, certamente conhece este nome.

Há muitos anos que deixou de ser uma “menina dos Morangos” para se tornar o rosto, a líder, de projectos acima da média. Não só no palco, mas também fora dele.

Heróides é o nome de uma colecção de cartas escritas pelo poeta romano Ovídio, há mais de dois mil anos. Cartaz que chegam até nós “interpretadas” por mulheres, quase lendas femininas, dedicadas aos seus amantes. Uma inovação, na época: um escritor deu voz a mulheres, nas suas obras.

Heróides é também o nome de um clube de livro feminista criado por Sara Barros Leitão. Um livro por mês para todos os membros lerem, ao longo de um ano.

Sara criou este projecto porque, ao longo dos anos, foi-se apercebendo de duas coisas: do poder de um livro e de que quase só lia obras de homens brancos, heterossexuais e ocidentais.

O clube de livro surgiu em 2021. Em Janeiro deste ano começou a sua terceira edição, com uma novidade: livros espalhados por cidades.

Algumas editoras associaram-se ao Heróides e foi possível começar a espalhar livros em locais públicos. Quem se cruzar com esse livro, que parece “abandonado”, pode/deve levá-lo para casa. É uma oferta.

O último sábado de cada mês é dia de reunião no Heróides, onde se fazem partilhas sobre o livro desse mês.

Neste sábado, 25 de Março, a convidada é Joana Martins. O foco será A Máquina do Ódio, de Patrícia Campos Mello. Está uma sessão online (o calendário também inclui sessões presenciais), que começa às 11h.

Heróides está inserido na Cassandra, uma estrutura de criação artística fundada em 2020, da própria Sara Barros Leitão.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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