O objetivo do país é tornar-se na maior potência económica do mundo nos próximos anos, mas a corrida pela hegemonia – disputada com os EUA – pode não ser uma meta fácil de alcançar. O envelhecimento da população nos últimos anos é um dos fatores que mais contribuiu para este desafio.
Apesar de a China estar a desenvolver-se muito rápido em muitas áreas, a mão de obra que impulsiona o seu crescimento económico está a diminuir.
Isto porque, os últimos censos, que foram concluídos em dezembro, dão conta de uma diminuição da população total do país.
Os dados mostraram que a população da China aumentou apenas 5,8% na última década, sendo que este é o ritmo de crescimento mais lento registado desde, pelo menos, 1960.
A nova realidade pode mostrar-se bastante desfavorável à realização dos objetivos do país nos próximos anos, uma vez que também diminuiu a força de trabalho e a capacidade de produtividade económica.
De acordo com a CNN, a número de pessoas com idade entre 15 e 59 anos caiu para menos de 900 milhões, o que representa cerca de 63% da população – uma queda de pelo menos 7 pontos percentuais em relação à década anterior.
Lin Yifu, conselheiro do governo e ex-economista do Banco Mundial, previu, num fórum governamental, realizado em março, que a China pode ver o seu processo hegemónico ser prejudicado devido a este fator e os resultados deverão estar à vista já em 2030.
Também Yue Su, economista da Economist Intelligence Unit, em Londres, admite que a força de trabalho da China pode diminuir cerca de 5% na próxima década – uma percentagem bastante significativa que pode impactar o seu crescimento económico.
“A provável queda consequente na força de trabalho irá colocar um limite no crescimento económico potencial da China”, referiu Yue à CNN. O especialista alerta ainda que “o dividendo demográfico que impulsionou o crescimento económico do país nas últimas décadas vai-se dissipar rapidamente”.
Atualmente, a China tem tantos idosos como o Japão tinha no início dos anos 1990 – o início de três décadas perdidas de estagnação económica para o país, o que para muitos economistas já é um sinal negativo.
“O facto é que a China está a envelhecer rapidamente”, escreveu Larry Hu, economista do Macquarie Group, num relatório, acrescentando que mais preocupante do que isso é o “facto da China estar a envelhecer antes de ficar rica”.
No entanto, a demografia não é o único desafio da China. O plano de recuperação pós-pandemia tem contado fortemente com o apoio do governo, mas existem várias empresas que declararam falência.
Por outro lado, também existem enormes riscos políticos. Os confrontos em Hong Kong e os alegados abusos dos direitos humanos na região de Xinjiang exacerbaram as tensões com o Ocidente e ameaçam prejudicar os esforços para construir parcerias globais.
Contudo, ainda há quem perspetive o envelhecimento do país de uma forma positiva.
Ning Jizhe, chefe do departamento de estatísticas do país, vê este desafio como uma oportunidade, já que deverá haver uma maior procura de bens de consumo e tecnologia voltada para os mais velhos.
Ainda assim, vários analistas concordam que “a China está a entrar numa grande incógnita demográfica”.
Será que a China não irá acelerar seu projeto de domínio político e econômico sobre Taywan e Hong Kong, como solução para esses problemas? A Índia, maior adversário da China na região, está sofrendo muito com a pandemia…EUA irão apoiar a Índia, Rússia de Putin irá apoiar a China… É uma situação complexa. Um jogo de xadrez geopolítico.
Uma das grandes diferenças entre China e Índia é que a China está envelhecida ao contrário da Índia que tem uma população jovem. Uma das questões centrais é perceber se a China consegue enriquecer antes de envelhecer.
Se teimam em imaginar que só se enriquece a aumentar constantemente o número populacional, chegará mais rápido o dia em que a vida no planeta não dará sequer para um punhado de seres humanos e lá se vai a riqueza água abaixo!