A Academia norte-americana de Cinema e Ciências Cinematográficas, que atribui os Óscares, anunciou hoje que decidiu expulsar o produtor Harvey Weinstein, acusado de assédio, agressão sexual e violação de mulheres.
Reunida este sábado de urgência, a Academia votou esta decisão “bastante para além da maioria necessária de dois terços”, anunciou a entidade num comunicado.
“Não somente nos distanciamos de alguém que não merece o respeito dos colegas, mas enviamos uma mensagem clara de que o tempo da ignorância deliberada e a cumplicidade vergonhosa relativamente a comportamentos de agressão sexual e assédio no local de trabalho na nossa indústria acabou”, indica ainda a Academia.
Weinstein, um dos produtores mais conhecidos e influentes de Hollywood, e a quem Meryl Streep chegou a chamar “Deus”, foi obrigado a abandonar a produtora independente que fundou, após um escândalo sexual que o envolve em vários casos de assédio, ao longo de décadas. As acusações foram feitas por cerca de 30 mulheres que trabalham no cinema.
O conselho de administração da Weinstein Company decidiu retirar o produtor da empresa, “face ao surgimento, nos últimos dias, de novas informações relativas à má conduta de Harvey Weinstein“, sublinham os directores da produtora num comunicado.
A bem sucedida carreira de Weinstein foi abalada por uma investigação do New York Times que revela que o produtor alcançou, durante décadas, uma série de acordos extra-judiciais para pôr termo a denúncias de assédio sexual apresentadas por antigas funcionárias e colaboradoras.
ZAP // Lusa