Esta fobia social tem uma nomenclatura irónica. Se tem medo de palavras longas, tenha cuidado quando diz o nome da sua “doença”, mas fique a saber que há ajudas para a pronunciar.
Respire fundo, concentre-se, e pronuncie:
Hipopotomonstrosesquipedaliofobia.
Foi capaz? Provavelmente não. Olhar para esta palavra provocou-lhe ansiedade? Provavelmente padece de hipopotomonstrosesquipedaliofobia.
De acordo com a Science Focus, a palavra que descreve o medo de palavras longas tem origem no século I a.C., quando o poeta romano Horácio utilizou a expressão “sesquipedalia verba” (a parte da palavra “sesqui”) para criticar escritores que usavam palavras “com um pé e meio e de comprimento”. “Sesqui” significa, portanto, “um e meio”.
Mas a palavra monstruosa de 33 letras foi, na verdade, apenas definida em 2000, por uma poetisa que, provavelmente, tinha medo do seu próprio nome, já que se chamava Aimee Nezhukumatathil.
É claro que este medo a palavras longas, que se exterioriza com gaguejos e, assegura a Healthline, até tonturas, desmaios e suores, na sua forma mais agravada, é justificado. Poderá ser embaraçoso não sermos capazes de pronunciar corretamente uma palavra gigante, especialmente se nos encontrarmos num momento importante.
Há até algumas palavras que nos podem ser úteis e quase quotidianas, mas são incomodamente longas. Nunca evitou a palavra anticonstitucionalismo? E otorrinolaringologista? E multidisciplinaridade? E desproporcionadamente?
Mas há formas de combater a hipopotomonstrosesquipedaliofobia, nome irónico para uma “doença” que, embora não seja, pode incomodar algumas pessoas.
Pode começar por substituir essas palavras por outras semelhantes, mas mais curtas, quando for possível. No entanto, uma forma de as pronunciar quando não lhes pode mesmo escapar (até porque, no português, grande parte das maiores palavras referem-se a termos médicos insubstituíveis) é desconstruí-las.
Por exemplo, pode dividir hipopotomonstrosesquipedaliofobia em várias palavras:
hipopoto – monstro – sesqui – pedalio – fobia
Parece logo mais simples. Mas caso ainda tenha dificuldade em escrever ou pronunciar uma palavra deste género, utilize a tecnologia: nada melhor que um corretor automático ou uma ajudante de voz. E, já sabe, paramaisinformaçõesconsulteoseumédicooufarmacêutico.
