“Espaço para a próxima geração”: O Pacto Climático Europeu tem um plano para devolver as crianças às ruas e as ruas às crianças.
O Pacto Climático Europeu quer a criação de “zonas para crianças”, para que possam voltar a brincar na rua.
“Não faz qualquer sentido que hoje as crianças portuguesas vivam a maior parte do seu tempo fechadas e não possam brincar na rua como os seus pais e avós quando tinham a idade deles”, afirmou o embaixador para a mobilidade em Portugal do Pacto Climático Europeu, António Gonçalves Pereira.
António Gonçalves Pereira considerou ser “imperioso que autarcas em Portugal criem zonas nas cidades, e nas povoações médias e mais pequenas, em que isso possa acontecer” e sustentou que “brincar na rua é um direito, é uma condição da cidadania infantil que o poder local democrático tem de garantir”.
A proposta de criação de zonas para as crianças brincarem na rua vai ser apresentada na manhã de domingo, durante a iniciativa “Kidical Mass” (massa crítica de crianças), na qual são esperadas centenas de famílias a passear de bicicleta, num percurso com início na Quinta da Alfarrobeira, em Benfica, e fim na Quinta das Conchas, no Lumiar, em Lisboa.
Mais acessibilidade
Segundo uma nota de imprensa, “o que vai ser proposto às câmaras municipais de todo o país é que, numa primeira fase, criem zonas junto às escolas existentes onde seja seguro para as crianças atravessar as estradas sem a companhia de adultos e brincar nas suas imediações”.
“O que reivindicamos, em primeiro lugar, são envolventes escolares seguras e livres de poluição do ar, ruído e tráfego motorizado de atravessamento”, referiu António Gonçalves Pereira, um dos organizadores do “Kidical Mass”.
Mais segurança
O embaixador do Pacto Climático Europeu também defendeu ser “essencial garantir rotas seguras para as escolas, a pé e de bicicleta, leis de trânsito rodoviárias amigas da criança e com limite de 30 quilómetros/hora nas localidades e na maioria das ruas com pessoas”.
Por outro lado, são também necessárias “ciclovias largas, contínuas e com cruzamentos seguros, em vias principais”, assim como “mais espaço público dedicado à mobilidade ativa e para estar e brincar”, acrescentou António Gonçalves Pereira.
“Os autarcas devem olhar para a população infantil como cidadãos com direito à liberdade, à independência e à segurança”, frisou.
Espaço e segurança para… todos!
O “Kidical Mass” tem como mote “Espaço para a próxima geração”, exige a melhoria da infraestrutura ciclável e a pacificação das ruas, principalmente nas áreas envolventes escolares.
A “Kidical Mass Portugal” tem em curso, desde 2022, quando o projeto arrancou no país, a petição “Cidades seguras para todas as pessoas”, dirigida ao Governo e parlamento, na qual pede a alteração do “limite máximo de velocidade de 50 Km/h para 30 km/h em áreas urbanas, onde o tráfego motorizado interage com peões e utilizadores/as de bicicleta”.
ZAP // Lusa