Procurador-geral admite que há uma separação entre polícia e afro-americanos

Office of Public Affairs / Wikimedia

William Barr, procurador-geral dos Estados Unidos

O procurador-geral norte-americano reconheceu, esta quinta-feira, a existência de uma separação entre afro-americanos e a polícia e prometeu uma investigação sem limites do Departamento da Justiça para saber se houve um crime federal no assassínio de George Floyd.

Em conferência de imprensa, o procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, afirmou que, “apesar de a vasta maioria dos agentes da polícia fazerem o seu trabalho de forma brava e correta, é inegável que muitos afro-americanos não têm confiança no sistema de justiça criminal” norte-americano.

Isto precisa de mudar. A nossa Constituição determina a igualdade das leis e nada menos é aceitável”, insistiu.

Estes comentários aparecem em contraste com anteriores declarações suas, em que condenou os protestos contra a polícia e o que descreveu como “um padrão perturbante de cinismo e desrespeito evidenciado para com a aplicação da lei”.

Mas, na quinta-feira, insistiu que a sua opinião tem sido consistente e que a maioria dos agentes da polícia “procura conscientemente usar a força de forma razoável e apropriada”.

Desde a morte de George Floyd, têm-se sucedido os protestos contra a brutalidade policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem e violência.

Pelo menos 10 mil pessoas foram detidas desde o início dos protestos, e as autoridades impuseram recolher obrigatório em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque, enquanto o Presidente Donald Trump já ameaçou mobilizar os militares para pôr fim aos distúrbios nas ruas.

Os quatro polícias envolvidos foram despedidos e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço do afro-americano, foi acusado de homicídio em segundo grau, arriscando uma pena máxima de 40 anos de prisão. Os restantes vão responder por auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.

Na Europa, várias cidades também estão a organizar protestos para esta sexta-feira, nomeadamente, Londres, Oslo e Vílnius.

No Reino Unido, o pedido dos organizadores passa por as pessoas se ajoelharem às 12h00 locais, iniciativa diferente da realizada quarta-feira à noite, quando centenas de pessoas se juntaram no centro de Londres, próximo do Parlamento, onde ocorreram confrontos entre a polícia e ativistas, que levaram à detenção de 13 deles.

Em Oslo, os organizadores do evento ainda não definiram a forma como irão concretizar a iniciativa, uma vez que as autoridades norueguesas recusaram os pedidos para realizar manifestações nas três maiores cidades do país (além de Oslo, Bergen e Trondheim), alegando restrições por causa da pandemia de covid-19.

ZAP // Lusa

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