Guerra na Ucrânia pode acabar em 2034; a linha da frente mudou

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Presidência da Ucrânia / EPA

Volodymyr Zelenskyy cumprimenta Valerii Zaluzhnyi

“Agora é para matar” – a análise de Valerii Zaluzhnyi, antigo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 2022, o conflito na Crimeia já tinha começado em 2014 e, no total, as batalhas podem prolongar-se por 20 anos.

Valerii Zaluzhnyi, o anterior chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia, deixa o aviso: “Se tentarmos estabelecer um cessar-fogo sem reforçar as nossas defesas futuras, a guerra arrastar-se-á por muitos anos. Começou em 2014 — e, se Deus quiser, terminará em 2034“, analisou em entrevista ao portal LB.ua.

O agora embaixador da Ucrânia no Reino Unido vê uma guerra diferente desde o ano passado: a Rússia mudou as suas tácticas no campo de batalha da Rússia, com muito menos ataques directos e uma maior “guerra de atrito” que atinge militares e civis na Ucrânia.

“Neste momento, a linha da frente existe principalmente para matar. Em 2022, os tanques iam à frente, os soldados atrás; agora, é ao contrário“, cita o The Kyiv Independent.

Por isso, acrescenta o ex-general, a Ucrânia deve rever a sua estratégia de defesa e abordagem de mobilização para impedir a Rússia de explorar as vulnerabilidades demográficas e económicas da Ucrânia.

Em Maio, Zaluzhnyi tinha dito que a Ucrânia só pode sustentar uma “guerra de sobrevivência de alta tecnologia” e que o único caminho viável para a vitória é desmantelar a capacidade militar e económica que a Rússia tem para travar uma guerra.

Valerii Zaluzhnyi tem sido apontado como provável presidente da Ucrânia. A relação com o actual presidente, Volodymyr Zelenskyy, não era pacífica, com diversas divergências, sobretudo por causa das estratégias utilizadas na guerra com a Rússia. No ano passado foi demitido. Não resistiu às tensões com Zelenskyy, que terão durado meses.

Valerii Zaluzhnyi tem dito que não tem ambições políticas mas, sendo uma das figuras mais importantes na Ucrânia desde o início da guerra com a Rússia, aparece numa sondagem com apoio de 90% dos militares, se as eleições presidenciais fossem agora.

ZAP //

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