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Produto brasileiro está a lucrar (e muito) com a guerra comercial

 

O preço da soja brasileira atingiu o nível mais alto da moeda local em quase dois anos devido aos prémios portuários para este produto e ao enfraquecimento do real, ambas consequências da guerra comercial. 

A notícia é avançada pela agência noticiosa Reuters, que dá conta que a soja brasileira é o inesperado produto beneficiado da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.

A combinação de um fraco real brasileiro – que caiu 5% em relação ao dólar, segundo os números disponíveis para este mês – com elevados primários portuários aumentou os valores da soja no mercado interno.

Ouvido pela agência Reuters, o analista Lucílio Alves, acredita que, face à escala na guerra comercial, a China “provavelmente se concentrará no Brasil e até cancelará as compras de soja dos Estados Unidos”.

Os preços no município Sorriso, no centro do Brasil, fecharam esta terça-feira fixados em 15,67 dólares por saco, o que representa um aumento de 0,81% comparativamente com o dia anterior, sendo ainda o valor mais alto registado desde 18 de junho.

Os prémios portuários na cidade de Paranaguá, no sul do país, subiram para 1,35 dólares sobre os de Chicago, depois de Washington ter intensificado a sua disputa comercial com Pequim – o maior importador de soja do mundo – que reagiu interrompendo todos osacordo para produtos agrícolas norte-americanos.

No último mês e meio, os prémios portuários no Brasil dispararam 70%, o nível máximo desde novembro passado. A agência dá ainda conta que os agricultores brasileiros aproveitam a situação para vender soja velha, bem como para fechar alguns acordo para vender a safra do próximo ano, que começa em setembro.

Com a nova safra, indicam as previsões, o Brasil aumentará a sua área plantada de soja em 2,3%, ascendendo a um total de 36,7 milhões de hectares cultivados.

A China, recorde-se, é a maior consumidora mundial de soja. Em 2017, os Estados Unidos exportaram 21,4 mil milhões de dólares (cerca de 19 mil milhões de euros) de soja, a segunda maior depois do seu principal concorrente, o Brasil, que exportou 25,7 mil milhões de dólares (aproximadamente 23 mil milhões de euros).

No mesmo ano, a China importou de 39,6 mil milhões de dólares (35,6 mil milhões de euros) em soja, ou seja, dois terços do total.

ZAP //

 

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